SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Desde a final da Libertadores, o brasileiro Ewerton Silva virou um "professor" aos colegas de time do Pyramids, do Egito, sobre o Flamengo. Brasileiros e egípcios se enfrentam neste sábado (13), às 14h (de Brasília), pela semifinal da Copa Intercontinental, no Qatar.
Ewerton Silva é o único brasileiro do Pyramids. À reportagem, o atacante destacou que os companheiros não conheciam muito sobre o Flamengo, mas que tudo mudou após a conquista da Libertadores, que colocou o time carioca na Copa Intercontinental.
"Como eu estou aqui, sempre tem alguns jogadores que vêm e perguntam como é, qual é a qualidade dos caras. Tem alguns jogadores que eles conhecem, principalmente os que jogaram na Europa há muito tempo. Eles não têm muita noção, mas estão sempre perguntando", disse Silva.
"Depois que foi chegando na reta final, eles estavam vendo. No outro dia [após final da Libertadores], eu cheguei no vestiário e os caras só perguntavam do Flamengo. Eles sabem que vai ser um jogo grande. Expliquei para eles um pouco do que é o Flamengo, do que representa no Brasil", afirmou ainda o jogador.
Enfrentar o Flamengo era o que Ewerton queria. Revelado pelo EC São Bernardo, o jogador disputou apenas a última divisão do Paulistão como profissional no futebol brasileiro antes de se mudar para a Europa e, agora, para o Egito.
"Eu nunca imaginei que, vindo para o Egito, teria a possibilidade de jogar contra um clube brasileiro, ainda mais o Flamengo, né. Torci para que fossem eles. Vai ser uma satisfação. É um jogo grande, contra o campeão da Libertadores. O Flamengo é maior que tem no Brasil, então a expectativa é muito boa, estou ansioso", declarou Silva.
MOMENTO HISTÓRICO
O Pyramids chega "sem peso" para o confronto de sábado. Fundado em 2008, o clube egípcio foi campeão da Liga dos Campeões da África pela primeira vez nesta temporada e estreia em Mundiais de Clubes nesta edição.
A jornada na competição começou muito antes para o Pyramids. Diferentemente do Flamengo, que começou nas quartas de final, a equipe egípcia já fez dois jogos na Copa Intercontinental -eliminou o semi-amador Auckland City [3 a 0], da Nova Zelândia, e derrubou o rico Al-Ahli [3 a 1], da Arábia Saudita.
"Está sendo uma coisa nova para o clube. É um time novo, que não tem muita história e que nunca esteve nesse estágio. Os caras estão no céu. Cada jogo a gente tenta aproveitar da melhor maneira possível. Temos um time muito bom, que já joga há muito tempo junto. É jogar sem pressão, saber que a gente pode jogar, que vai ser difícil, na hora que tiver que sofrer, vamos sofrer, mas quando tiver oportunidade tem que jogar sem pressão, tentar desfrutar o máximo", contou Silva.
O vencedor de Flamengo x Pyramids pegará o PSG na final. A decisão será realizada na próxima quarta-feira, às 14h, no Qatar.
RELAÇÃO COM O BRASIL
A relação do Pyramids com o Brasil vem de anos anteriores à chegada de Ewerton Silva. Antes dele, o clube chegou a investir pesado no futebol brasileiro e levou destaques do Brasileirão em 2018.
O Pyramids contratou cinco jogadores e um técnico brasileiro naquele ano. O clube levou Rodriguinho [Corinthians], Keno [Palmeiras], Ribamar [Athletico], Arthur Caíke [Chapecoense] e Carlos Eduardo [Goiás], e fechou com Alberto Valentim para ser seu treinador.
Deles, quem permanece vivo na memória dos torcedores e funcionários é Keno. Quem chega, é perguntado se conhece o atacante do Fluminense.
"Os caras são apaixonados pelo Keno aqui. Quando cheguei, só se falava no Keno, me perguntavam se eu conhecia. Ele veio para cá e arrebentou. Gostam muito de brasileiro aqui, do estilo de jogo do Brasil, da forma que é. Acho que tem alguns jogadores que até tentam jogar parecido com o estilo brasileiro", compartilhou Silva.
O estreitamento do limite de estrangeiros por time e saídas esvaziaram os gringos no Pyramids. Hoje, Ewerton divide a lista da equipe com os marroquinos Mohamed Chibi e Walid El Karti, o burquinense Ibrahim Touré e o congolês Fiston Mayele.