SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A Agência de Cobrança e Controle Aduaneiro (ARCA) da Argentina denunciou o presidente da Associação de Futebol Argentino (AFA), Claudio "Chiqui" Tapia, na última sexta-feira, por suposta apropriação indevida de impostos e recursos da previdência social no valor de 7,5 bilhões de pesos argentinos (R$ 28,3 milhões). As informações são do jornal La Nación, que teve acesso à denúncia.
A Divisão de Cobrança de Grandes Contribuintes detectou "falta de pagamento dentro do prazo" por parte da federação argentina. Com isso, a ARCA acusou a entidade de reter impostos e contribuições para a segurança social para se financiar ilicitamente, adiando os pagamentos ao Estado por mais de 300 dias.
+A acusação tem como alvo direto a gestão de Claudio Tapia, que foi identificado como "presidente e administrador da empresa de serviços fiscais" na época dos supostos crimes.
Para a Agência de Cobrança e Controle Aduaneiro, a AFA utilizou dinheiro público para fins próprios. A federação de futebol atuou como retentora, deduzinho dinheiro de terceiros para impostos e contribuições para a segurança social. O dinheiro, no entanto, não foi depositado nos cofres do Estado dentro do prazo legal de 30 dias.
A ARCA alega que a AFA reteve $ 916.005.301,41 pesos referentes aos meses de agosto e setembro de 2025. O maior volume de dinheiro corresponde às retenções da Segurança Social, totalizando $ 6.677.898.210,82 pesos.
A agência também investiga o presidente Chiqui Tapia de maneira física, não apenas jurídica. O documento identifica Claudio Fabián Tapia como uma pessoa que ocupava "um cargo de alto nível executivo na época em que ocorreram os eventos".
A ARCA enquadrou a conduta na Lei Penal Tributária, que prevê penas de prisão de dois a seis anos para quem não depositar os impostos retidos no prazo de dez dias úteis. A agência argumenta que a AFA tinha dolo, ou seja, intenção m não depositar os valores.
A acusação se soma a outras denúncias e investigações que relacionam a cúpula da AFA por possível lavagem de dinheiro e fraude. O presidente Chiqui Tapia também é um dos membros investigados.