SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Flamengo disputará nesta quarta-feira (17) o 78º e último jogo de uma temporada memorável. Campeão da Supercopa do Brasil, do Campeonato Carioca, da Copa Libertadores e do Campeonato Brasileiro, o rubro-negro busca agora o que nenhuma equipe brasileira consegue desde 2012, um título mundial.

O adversário na decisão da Copa Intercontinental -o velho e anual Mundial de Clubes, que foi reformulado e ganhou novo nome para não ser confundido com a nova Copa do Mundo de Clubes, quadrienal- será o Paris Saint-Germain, campeão europeu. E o técnico Filipe Luís sabe o que será necessário para triunfar no estádio Ahmad bin Ali, em Al Rayyan, no Qatar.

"Temos que fazer um jogo perfeito", resumiu. "Várias equipes jogaram contra eles, com estratégias diferentes, e poucos conseguiram neutralizar. Não à toa, foram campeões da Champions. Nossa equipe vai ter que fazer um jogo perfeito para neutralizar a melhor equipe do mundo", repetiu o treinador.

Filipe Luís procurou apontar que o Flamengo "tem as armas necessárias" para isso. E citou um dos times que teve sucesso diante do PSG, o Chelsea, que triunfou por 3 a 0 na decisão da Copa do Mundo de Clubes, em julho. Na primeira fase daquela competição, o Flamengo derrotara o Chelsea por 3 a 1.

A agremiação carioca acabou eliminada nas quartas de final, superada por 4 a 2 pelo Bayern. Mas viu como positiva sua participação no torneio, realizado nos Estados Unidos, e busca no Qatar mostrar que pode brigar com os principais clubes europeus.

Diante dos campeões da América do Norte e da África, o time conseguiu se impor. No formato adotado desde o ano passado na Copa Intercontinental, o campeão da América do Sul precisa vencer duas partidas pelo direito de desafiar o vencedor da Champions League.

Embora tenha enfrentado momentos de dificuldade, o Flamengo derrubou o Cruz Azul, do México, por 2 a 1, e o Pyramids, do Egito, por 2 a 0. Como tem ocorrido em boa parte da temporada -e dos últimos anos-, o meia Giorgian de Arrascaeta foi decisivo, com dois gols no primeiro duelo e duas assistências no segundo.

"A ambição que a gente tem é a mesma do torcedor: voltar a ser campeão mundial depois de tanto tempo", afirmou o uruguaio, referindo-se à conquista de 1981, com vitória da geração de Zico por 3 a 0 sobre o Liverpool, no Japão. Em 2019, no Qatar, já com Arrascaeta, o time perdeu para o próprio Liverpool o jogo duro que decidiu o título: 1 a 0, placar definido na prorrogação.

Nenhum time brasileiro vence o Mundial desde que o Corinthians bateu o Chelsea por 1 a 0, há 13 anos, no Japão. De acordo com Filipe Luís, "o futebol mudou muito nesses anos", motivo pelo qual ele preferiu não traçar qualquer paralelo entre a investida rubro-negra de 2025 e o sucesso alvinegro de 2012.

Do outro lado, Luis Enrique demonstrou respeito pelo adversário. "Eu conheço muito bem o Flamengo e não queria enfrentá-lo na final. Não é uma boa notícia enfrentar em uma final um time brasileiro", declarou o treinador do PSG, recordando a derrota por 1 a 0 para o Botafogo na primeira fase da Copa do Mundo de Clubes.

Para ele, porém, o cenário será bem diferente diante de outro oponente carioca.

"O Botafogo fez um jogo muito fechado em seu campo de defesa. É um jogo ao qual estamos acostumados, enfrentamos times que se defendem muito e atacam pouco. O Flamengo não vai jogar assim. É um time que joga muito bem com a bola, sai jogando de trás. Sem a bola, pressiona muito bem. Creio que será uma final apaixonante, porque os times têm estilos parecidos", disse o espanhol.

Ele não poderá contar com o lateral direito marroquino Achraf Hakimi, lesionado, que nem viajou ao Qatar. No último jogo, uma vitória por 3 a 2 sobre o Metz, no sábado (13), pelo Campeonato Francês, o técnico poupou boa parte dos titulares. Por isso, exceção feita a Hakimi, é provável que o PSG jogue com sua formação principal.

Já Filipe Luís não tem desfalques, porém lida com jogadores que retornaram recentemente de lesão e ainda não estão em sua melhor forma, caso do zagueiro Léo Ortiz e do centroavante Pedro. O primeiro tem boa chance de ser titular. O segundo, provavelmente, iniciará a partida no banco.