Thiago Aroeira Biker juizforano ganha praticamente tudo que disputa e est? de olho em medalha nos Jogos Panamericanos de 2007 e vaga nas Olimp?adas de Pequim, em 2008

Ricardo Corr?a
Rep?rter
15/03/2006

Veja o que pensa Thiago Aroeira sobre as expectativas de disputar o Pan de 2007 e as Olimp?adas de Pequim, em 2008. O atleta est? entre os melhores do pa?s no mountain bike. Clique e veja!

Veja!

N?o ? exagero dizer que faltam espa?os aos trof?us conquistados pelo biker juizforano Thiago Aroeira. Em sua casa, estantes e prateleiras est?o ocupadas e alguns j? est?o guardados em uma caixa, longe da exibi??o. Pudera: s?o seguramente mais de 100. E somar as conquistas na curta carreira n?o ? tarefa f?cil nem mesmo para ele. Se Thiago n?o sabe quantas provas j? ganhou, em quantos p?dios j? subiu e quantos advers?rios j? ultrapassou pelas trilhas, uma coisa ? f?cil avaliar: ele est? entre os melhores do pa?s no mountain bike. Com apenas 24 anos, ainda espera chegar em sua melhor fase e os sonhos n?o s?o pequenos: medalha no Panamericano de 2007 e vagas nas Olimp?adas de Pequim, em 2008.

Ao fazer um balan?o da carreira, a quantidade de vit?rias ? um mero detalhe, ofuscada pela qualidade das conquistas, nas categorias pela qual passou. Thiago Aroeira surpreende porque muda de categoria e continua vencendo, independente do aumento do n?vel dos advers?rios. No in?cio, como estreante, categoria na qual ficou apenas uma prova.

"Eu andava de bicicleta desde os 10 anos. Sempre gostei de pedalar e ficava vendo o pessoal treinando aqui perto, como o Miguel Giovannini. A? em 2000, eu tinha 18 anos, e disputei a primeira prova, no Monte Castelo. E ganhei. A? corri de novo e ganhei de novo. As tr?s primeiras provas que eu participei eu ganhei, a? eu pensei: bom, isso a? ? a minha", conta Thiago, que logo depois da primeira vit?ria j? passou para a categoria J?nior.

Desde o in?cio, Thiago buscou provas dif?ceis, com advers?rios fortes. Nem sempre venceu, como no Iron Biker de Ouro Preto e Belo Horizonte. Em uma prova disputada em dois dias, ficou em alguma posi??o pr?xima do vig?simo lugar. N?o lembra muito bem. Tem recorda?es muito melhores ? do Trof?u Brasil, disputado em Juiz de Fora, em 2001.

"Era uma prova no Mirante, estava chovendo muito e tinha a presen?a do Ivanir Teixeira, que representou o Brasil nas Olimp?adas de Atlanta. Al?m dele tinham o Robinho, o Bagal que ? daqui, mas eu consegui vencer eles. Ent?o foi marcante", explicou Thiago, que optou por passar para a categoria Elite nas provas locais, mantendo-se na Sub-23 quando as competi?es eram nacionais. At? o ano passado foi assim e, nesta categoria, os resultados n?o poderiam ser melhores.

"Na Sub-23 eu ganhei tudo que disputei", diz ele, sem saber como responder. E o tudo, neste caso, n?o ? pouco. Inclui o bicampeonato da Copa Ametur, principal competi??o realizada no Brasil, o Campeonato Brasileiro, a Volta de Santa Catarina, o Campeonato Interestadual e tr?s campeonatos mineiros, por exemplo.

O desafio na Elite

Ano passado passou de vez ? categoria Elite. Competidores muito mais fortes e n?vel, obviamente, tamb?m. Resultado: as vit?rias continuaram. O t?tulo da Copa Ametur, que agora ? Copa Internacional, ? o maior destaque. Mas nesse curto espa?o de tempo ele j? faturou o vice-campeonato do Iron Biker, o vice do Interestadual, o t?tulo do Mineiro e foi o melhor latino-americano na Copa do Mundo realizada no Brasil. Entre atletas do mundo inteiro, Thiago terminou em 11? lugar.

"? dif?cil porque o ritmo da Elite ? outro, mas eu sa? da Sub-23 para a Elite e contineu andando bem. N?o tive muitos problemas. N?o ? algo comum, mas de vez em quado acontece sim com algumas pessoas", explica Thiago Aroeira, que tem 24 anos e explica que o auge de um atleta de Mountain Bike normalmente se d? entre os 25 e 30 anos.

"Por enquanto posso dizer que esse ? o meu melhor momento", diz o biker, que treina de duas a cinco horas por dia, dependendo da ?poca do ano e do ritmo das competi?es.

"No in?cio do ano n?s treinamos mais, at? 5, 6 horas por dia. ? quando se faz a base. S?o treinamentos mais longos. Depois, na fase de competi??o, fazemos treinos mais curtos, com maior intensidade", conta Thiago que, fora destes hor?rios, prefere desgrudar da bicicleta.

"Como eu j? treino todo dia, acabo querendo descansar. Algumas vezes eu uso a bicicleta para ir na padaria ou descer para o centro. Mas normalmente prefiro descansar.

De olho no Pan e nas Olimp?adas

Os treinos est?o fortes esse ano para que os resultados continuem. Nas competi?es disputadas em 2006, venceu a Volta de Goi?s e a primeira etapa do Interestadual, em Vinhedo (SP), ficando em terceiro na segunda etapa, no ?ltimo fim de semana em Itupeva (SP). Agora com o patroc?nio da Sundown Bikes, uma grande f?brica e revenda de bicicletas, Thiago quer ir muito mais longe. A pr?xima grande meta ? o chamado Campeonato Panamericano, que acontece em outubro no Rio de Janeiro. A prova ser? disputada no mesmo circuito onde, ano que vem, acontecer? o mountain bike dos Jogos Panamericanos de 2007. E Thiago n?o vai l? apenas para participar.

"Vou disputar o Campeonato Panamericano, e ano que vem espero, no Pan do Rio, brigar por uma medalha. E acho que vai dar para conseguir ficar sim entre os tr?s primeiros. O campe?o eu sei que j? tem vaga garantida nas Olimp?adas de Pequim, em 2008, para os outros n?o sei como funciona", conta Thiago, que elenca brasileiros, americanos e colombianos como os grandes advers?rios na disputa do ano que vem.

Al?m do Campeonato Panamericano em outubro, Thiago Aroeira ainda tem as aten?es voltadas para a Copa Internacional (Ametur), em abril, quando vai defender o t?tulo de campe?o, em quatro etapas. Em julho, ser? a vez de disputar o Campeonato Brasileiro, que tem etapa ?nica. O importante neste caso tamb?m ? faturar pontos para o ranking da UCI, que d? a classifica??o para o Panamericano e para as Olimp?adas de 2008.

Vit?rias nas principais competi?es e f?lego para enfrentar mais de 40 competi?es por ano, o que at? fez com que ele trancasse a Faculdade de Educa??o F?sica neste semestre, s?o resultado de treinamento e p?s no ch?o, por mais que isso seja estranho para quem anda de bicicleta.

"Temos que ter um preparo muito bom, resist?ncia e manda tamb?m a quest?o psicol?gica. Tem os treinos, e tem que sofrer mesmo, mas o lado psicol?gico pesa muito", explica o atleta, que nunca pensou em fazer outra coisa que n?o fosse ligada ao esporte.

"Acho que n?o deu tempo. Sempre gostei, sempre pratiquei esportes. Fiz jud?, futebol, e comecei a competir com 18 anos, ent?o n?o teve jeito", diz quem tem ainda muita coisa para mostrar.