O fim, o come?o e o meio
Acabou a Olimp?ada de Pequim, os jogos da China, de C?sar Cielo, de Maurren Maggi e das meninas do v?lei. Terminou aquele per?odo em que atletas, e por extens?o os torcedores, buscam gananciosamente o ouro (como se o Eldorado - n?o o de Howard Haws ou de Chaplin, mas um mais imediato - estivesse na esquina, ao alcance das c?maras de TV). E se desculpam pela prata (como se fosse um pr?mio de consola??o). E apresentam uma euforia desmedida pelo bronze. E at? comemoram posi?es que n?o d?o direito ao p?dio.
Mas os jogos chegaram ao fim e o Brasil esportivo continua exatamente do mesmo tamanho. Nunca seremos uma pot?ncia ol?mpica (por raz?es complexas demais para caber nessas mal tra?adas) e viveremos para todo o sempre de espasmos individuais ou de um coletivo bem diminuto.
Foi uma Olimp?ada de recordes, de super-homens (como o norte-americano Michael Phelps e o jamaicano Usain Bolt), mas sobretudo de imagens. Nos casos que nos interessam, ? estranha est?tica de Cielo se contrap?s a beleza pl?stica do v?o de Maurren: sete metros e quatro cent?metros no ar, com a silhueta grega, uma V?nus entregue aos flashes ? "A" cena. A alegria coletiva das jogadoras de v?lei talvez nem conte muito, t?o acostumados que estamos com elas mandando beijos, "al?, papai", "te amo, mam?e" via sat?lite. S?o jovens, belas e felizes essas meninas. O ouro para elas me parece apenas um adorno a mais.
N?o sendo um pa?s ol?mpico (j? que podemos, a cada quatro anos, apenas contar nos dedos de uma s? m?o as medalhas de ouro conquistadas) comentamos com o mesmo vigor os fracassos: que pena que Diego Hyp?lito errou aquele ?ltimo salto. Era um gol feito, aquela bola que est? em cima da linha, sem goleiro e chutamos para fora - situa??o de quem foi tra?do pelos nervos. Que falta fez o levantador Ricardinho, cortado da sele??o masculina de v?lei por motivos ainda nebulosos - coisa de ovelha negra numa fam?lia quase certinha.
Come?ou a Ta?a Minas, e o Tupi arrancou um bom empate em Uberl?ndia - ou quase bom. Particularmente, se tem que empatar, prefiro que aconte?a em casa. Fora ? lugar de ganhar. S? uma vit?ria em terreno inimigo compensa a dist?ncia, a viagem e a afli??o de acompanhar o jogo apenas pelas ondas do r?dio.
Est? no meio o campeonato brasileiro e desde j? sabemos que n?o teremos um campe?o absoluto, como foi o S?o Paulo nos dois ?ltimos anos. O l?der Gr?mio e o vice-l?der Palmeiras n?o s?o times de encher os olhos. O Botafogo, a grande novidade na virada de turno, estancou no triste Vasco e o Cruzeiro, que tem o melhor elenco, iniciou o returno com derrotas.
Pode ser que ainda aconte?a algo de extraordin?rio. Por certo muita ?gua ainda vai rolar por debaixo da ponte, mas n?o tenho esperan?as de ver ?guas cristalinas. Acredito que seja algo turvo, como o futebol de gremistas e palmeirenses.
Ailton Alves ? jornalista e cronista esportivo
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