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O fim do n? na garganta Antes de fazer bodas de prata da ?ltima comemora??o, juizforanos voltam ?s ruas, em carreata, para comemorar o tetracampeonato mundial
Rep?rter
abril/2006
![](http://www.acessa.com/nossagente/atletas.apl/zeluis2.jpg)
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Vinte e quatro anos sem conquistar um t?tulo mundial n?o fizeram com que a paix?o pela Sele??o Brasileira desaparecesse. Mas a confian?a no t?tulo diminuiu muito no decorrer dos tempos. Ainda sofrendo o trauma da elimina??o precoce na Copa de 90, na It?lia, os torcedores estavam ressabiados. Acompanhavam a movimenta??o antes da competi??o come?ar, mas com aquele ar de "vamos ver no que vai dar".
Ainda assim as ruas foram enfeitadas e a Copa atraiu toda a aten??o da cidade. O esporte vivia um bom momento, com a chegada do Manchester - cooperativa formada pelos tr?s grandes clubes e Juiz de Fora - ? Primeira Divis?o do Campeonato Mineiro. Mas em tempo de Copa, s? se fala de Copa, como ressaltava a Tribuna de Minas em sua edi??o de 7 de junho.
"Os torcedores juizforanos come?aram a enfeitar as ruas da cidade, faltando apenas 10 dais apra a Copa. As ruas S?o Mateus, Redentor, no Paineiras, Murilo de Andrade Abreu, no Bairro JK, s?o as mais animadas. Bandeiras, fitas pl?sticas, bal?es e pinturas fazem parte da decora??o. A torcida mostra-se esperan?osa, apesar da Sele??o n?o trazer o t?tulo h? 24 anos". A movimenta??o nesse sentido foi maior naquele ano por causa da campanha "Copa na Rua", da Prefeitura, que iria premiar a rua com a melhor decora??o com o tema Copa do Mundo.
![Reprodu??o - Tribuna de Minas - 1994](copa94-2.jpg)
A anima??o era total. Nos dias de jogos, um bar no S?o Mateus ousou. Decidiu contratar as "dom?sticas de luxo", bloco carnavalesco que hoje j? n?o existe mais, para animar o p?blico na hora da partida. As dom?sticas de luxo eram homens vestidos de mulher e pintados de preto, com roupas de empregada e cabelos coloridos.
Os camel?s tentavam aproveitar a Copa do Mundo para faturar, mas depois dos preju?zos de 1990, muitos deixaram de apostar na competi??o. So faziam estoque depois que o Brasil ganhava seus jogos.
O Parque Halfeld e o Bairro J?quei Club, no estacionamento de um supermercado, ganharam tel?es. Os bairros mais animados, trios el?tricos ap?s o jogo, para animar o p?blico a comemorar as vit?rias. Com os jogos de tarde, j? antes da Copa come?ar sabia-se que a rotina da cidade seria definitivamente alterada. Foi assim na estr?ia.
"Ainda que n?o haja uma decis?o geral para todo o setor, boa parte do com?rcio deve encerrar o expediente ?s 16h, para que o trabalhador tenha tempo suficiente para chegar em casa e n?o perder nenhum lance", contava a Tribuna do dia 17 de junho. Os supermercados tamb?m mudaram o funcionamento e as ind?strias colocavam televis? es na f?brica para agradar os funcion?rios.
Na Prefeitura, reparti?es municipais e servi?os p?blicos tamb?m alteraram o funcionamento e, em escolas, poucas se arriscavam a manter as aulas. O mais normal era reunir os alunos para assistir aos jogos, mesmo que n?o fossem do Brasil, como na abertura da Copa entre Alemanha e Bol?via.
Tanta gente assistindo aos jogos pela televis?o poderia fazer com que o consumo de energia subisse. Mas como o com?rcio e as ind?strias paravam para ver os jogos, a Cemig registrou 15% a menos de consumo durante o m?s da Copa do Mundo. Energia mesmo s? nas ruas, ap?s as vit?rias do Brasil.
"Milhares de torcedores tomaram conta das ruas do centro da cidade, ontem ? noite, no carnaval que come?ou logo ap?s a vit?ria sobre a R?ssia, por 2 a 0. No Cal?ad?o, na Avenida Rio Branco e na Rua S?o Mateus, que chegou a ficar interditada ao tr?fego, os torcedores comemoravam os gols de Rom?rio e Ra? como se j? fosse a conquista do t?tulo. Centenas de carros, motos e bicicletas pelas ruas, fazendo buzina?os e soltando fogos", contou o jornal do dia 21 de junho. Nas carreatas pelas ruas, pelo menos um acidente tr?gico. Um homem perdeu as pernas ap?s uma batida entre ve?culos que participavam da comemora??o.
![Reprodu??o - Tribuna de Minas - 1994](copa94-4.jpg)
Muita festa e muito lixo. Dez tonelada mais foram recolhidas a mais do que o normal na cidade. No total foram 15 toneladas naquele dia, ap?s a primeira vit?ria. No dia 25 de junho, as ruas ficaram desertas. A partida era contra os suecos e parece que o clima daquele pa?s baixou em Juiz de Fora. Mas nem mesmo os sete graus da madrugada mais fria do ano na cidade desanimaram os torcedores que acordaram dispostos a ver o Brasil se dar bem mais uma vez.
Era tempo de plano real e os bares ficavam cheios de gente confusa sem saber como pagar. Mas a vit?ria do Brasil sobre a Holanda naquele jogo marcante de quartas-de-final, por 3 a 2, fez com que todo mundo esquecesse qualquer problema e s? pensasse em futebol.
"O cruzamento da rua Halfeld com a Rio Branco se transformou em uma esp?cie de 'corredor polon?s' de alegria. Torcedores paravam os carros, agitavam bandeiras, cantavam e faziam barulho de sobra. A chuva de papel picado voltou a cair dos pr?dios". E assim foi tamb?m depois a semifinal, e a final, com uma festa que durou at? de noite, ap?s a vit?ria nos p?naltis sobre a It?lia. Era o fim de jejum e o in?cio de uma era gloriosa para o futebol brasileiro.
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