Matheus Brum Matheus Brum 21/07/2016

Dos campos de Santa Terezinha ao CT da Barra Funda

Hudson Rodrigues, criado no Tupi, tentou a sorte no Paraná, e depois de rodar por vários clubes paulistas, chegou ao São Paulo. Ainda não conquistou nenhum título pelo tricolor, mas já ganhou o respeito da torcida e também da comissão técnica, sendo um dos líderes do elenco, e, por alguns jogos, teve a honra de assumir a braçadeira de capitão, eternizada nos braços do maior jogador da história do clube, Rogério Ceni.

MB - Faça uma apresentação rápida sobre você.

HR - Meu nome é Hudson Rodrigues dos Santos, tenho 1,79m de atura, 28 anos e atualmente jogo de volante.

MB -  Como foi seu início aqui em Juiz de Fora?

HR - Comecei a jogar com seis anos no Tupi, só que não tinha escolinha para minha idade. Aí entrei na de meninos três anos mais velhos que eu. No ano seguinte, comecei a jogar futebol de salão pelo Olímpico. Depois, joguei na base do Tupi até os 15 anos. Foi um período em que meus pais ajudavam com o que podiam, porque o clube só dava o local de treino. Então, os custos de viagem e de jogos eram os pais que bancavam.

MB - Na entrevista do Ramon, ele cita a parceria com você. Como foi jogar ao lado dele?

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HR - Joguei com o Ramon no Olímpico durante um bom tempo. Ele é uma excelente pessoa e um excelente jogador desde pequeno.

MB - Desde a base você joga como volante?

HR - Comecei jogando como ponta esquerda. Depois virei volante, mais tarde recuei para jogar de zagueiro, e tempos depois voltei para a posição de volante.

MB - Quais caminhos percorreu até chegar no São Paulo?

HR - Aos 16 anos saí do Tupi e fui tentar a sorte no futebol paranaense, em um clube de Curitiba, chamado Tupan. Lá disputei o Paranaense Juvenil. No final do campeonato, despertei o interesse de um clube no qual o dono era o Carlos Massa, o famoso Ratinho, o Astral. Foi aonde me profissionalizei. Nesse time disputei um Campeonato Metropolitano de Curitiba e fui contratado pelo Santos em 2006. No Peixe, assinei um contrato de empréstimo de 8 meses. Ao final desse período o Santos comprou metade do meu passe e renovei o vínculo por mais 3 anos. Fiz meu primeiro jogo como profissional em 2007, contra o Sport Recife. Em 2008 fui integrado ao profissional. Em 2009 me emprestaram pro Santa Cruz, onde disputei o Pernambucano. Depois do torneio voltei pro Santos, e eles me emprestaram novamente, dessa vez pro Ituano. Em 2010 me emprestaram pro Red Bull Brasil, onde fiquei até junho de 2011. Ao final do empréstimo, meu contrato com o Santos já havia acabado. Saindo do Red Bull fui pro Comercial de Ribeirão Preto e fiquei até maio de 2012. Logo após fui pro Oeste de Itápolis aonde me sagrei Campeão Brasileiro da Série C de 2012. No segundo semestre de 2013 fui pro Brasiliense, e em janeiro de 2014 me transferi para o Botafogo-SP, onde fui eleito o melhor volante do paulistão. Com essa visibilidade, o São Paulo veio me contratar.

MB - No Tricolor, vários treinadores passaram por aí, dos mais diversos tipos. O que aprendeu com cada um deles?

HR - No São Paulo tive Muricy Ramalho, técnico vitorioso, inteligente, com perfil mais sério. Depois da saída dele, o Milton Cruz assumiu. O jeito dele é bem diferente, mais brincalhão. Mas tem muito conhecimento do futebol. O Osório é um treinador inovador, muito estudado, inteligente, com uma visão mais moderna de jogo. Quando ele foi para o México, o Doriva chegou. Ele é um jovem treinador, mas já vencedor. Agora, tenho o Bauza como técnico. Ele é mais sério, preocupado com o aspecto tático e de ordem da equipe.

MB - Como foi assumir a braçadeira de capitão que há anos estava com o maior ídolo do clube, Rogério Ceni?

HR - Assumir a braçadeira de capitão foi uma honra. É uma responsabilidade imensa, mas é uma realização profissional que me deixa muito feliz e motivado pra conquistar títulos no São Paulo.

MB -Quais principais conquistas da sua carreira?

HR - Campeão da série A3 do Campeonato Paulista de 2010 pelo Red Bull Brasil e campeão da série C pelo Oeste em 2012.

MB - Quais os planos para o futuro?

HR - Primeiramente conquistar um título importante pelo São Paulo. Depois pensar em algo maior como Europa e seleção Brasileira.

MB - Qual a sua relação com Juiz de Fora, atualmente?

HR - Gosto muito da cidade, me identifico com o povo. Meus pais e meus familiares moram aí, então sinto muitas saudades. Só consigo ir na cidade umas duas ou três vezes ao ano. Mas, a ligação é eterna.

MB - O que você acha que falta para que possamos considerar Juiz de Fora um celeiro de atletas?

HR - Temos vários atletas de qualidade em todas as modalidades. Acredito que falta apoio e estrutura para que isso se evidencie cada vez mais.


Matheus Brum nascido e criado em Juiz de Fora, jornalista em formação pela Universidade Federal de Juiz de Fora, e desde criança, apaixonado pelo Flamengo e por esportes. Já foi estagiário na Rádio CBN Juiz de Fora. Atualmente é escritor do blog "Entre Ternos e Chuteiras"; colaborador da Web Rádio Nac, apresentando uma coluna de opinião diariamente; editor e apresentador do programa Mosaico, que vai ao ar semanalmente na TVE, canal 12, e é membro da Acesso Comunicação Júnior, Empresa Júnior da Faculdade de Comunicação da UFJF, trabalhando no Departamento de Projetos e no núcleo de Jornalismo.

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