Tupi reencontra o caminho da vitória ao bater o Atlético-GO por 1 a 0
Há um ditado no mundo da bola que compara alguns times ao lendário Robin Hood. Segundo algumas lendas, Hood viveu no século XIII, no território que hoje é a Inglaterra. Na época, ele se caracterizou por roubar dos nobres, distribuindo sua riqueza para os mais pobres.
No futebol, um time é chamado de Robin Hood quando tira pontos dos grandes e distribui eles para os pequenos. Talvez, essa seja a definição do Tupi na Série B. Nesse sábado, jogando diante da torcida, o time conseguiu a sua quarta vitória na competição. O detalhe é que a equipe só venceu times tradicionais do futebol brasileiro e que estão na parte de cima da tabela, com exceção do Paysandu (14º).
Para a partida contra o Atlético Goianiense, o técnico Estevam Soares promoveu algumas mudanças. Luiz Paulo fez a sua estreia na lateral esquerda e Giancarlo retornou ao comando de ataque. No meio, apostou numa trinca de armadores (Octávio, Serrato e Jonathan) mais técnicos, na busca pelo controle da bola nessa faixa do campo e melhor troca de passes.
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Apesar da diferença dos times na tabela, quem começou ditando o ritmo de jogo foi o Galo Carijó. Aos 17 minutos, a primeira grande chance. Jonathan cruzou bola no segundo pau e Giancarlo, sozinho, tentou tirar do goleiro, mas mandou para fora, pelo lado esquerdo.
A resposta goiana veio oito minutos depois. Marquinho puxou contra-ataque pela direita, chegou na linha de fundo e cruzou para Gilsinho. Douglas estava esperto na marcação e conseguiu chegar na bola antes do jogador rubro-negro. Quase o empate.
O meio de campo com base na qualidade técnica não estava funcionando. Octávio, Serrato e Jonathan não conseguiam trocar passes e fazer tabelas. Dessa forma, o time sofria com muitos passes errados, causando a ira dos torcedores nas arquibancadas.
Aos 33, Douglas sentiu lesão muscular e foi substituído por Vinícius Kiss, que foi improvisado na lateral direita. A mudança, mesmo forçada, se mostrou boa para o alvinegro. O time ganhou mais velocidade e incisividade pelo lado direito.
Com a substituição, o time voltou a ter o controle da partida. Porém, a falta de técnica e paciência na hora de decidir um lance, voltaram a prejudicar a equipe. Primeiro Renan cabeceou, sozinho, nas mãos do goleiro Márcio. Depois, no último lance do primeiro tempo, Jonathan saiu cara a cara com o arqueiro goiano, que fechou bem o ângulo e evitou o gol carijó.
O segundo tempo começou igual ao final da primeira etapa, com o Tupi em cima. Logo aos 7 minutos, Vinícius Kiss cruzou da direita. A zaga goiana cortou mal e a bola sobrou nos pés de Jonathan, que mais uma vez chutou mal e mandou para fora.
Mesmo tendo perdido dois gols, Jonathan não desistiu. Ao melhor estilo “água mole, pedra dura, tanto bate até que fura”, o camisa 11 conseguiu se redimir. Dois minutos depois de perder um “gol feito”, o meia arrancou pela esquerda, invadiu a área e tocou com categoria no canto esquerdo do goleiro Márcio. Esse foi o segundo gol do jogador na Série B.
Depois do gol, o jogo ficou morno. Mais uma vez os jogadores carijós sentiram fisicamente na segunda etapa, principalmente os armadores. Serrato, Jonathan e Octávio não conseguiam manter o mesmo ritmo, e o time não segurava a bola no meio. Nas vezes que a bola chegava no ataque, Giancarlo se enrolava e não conseguia fazer o pivô.
Com isso, o Atlético-GO, mesmo não tendo seus jogadores nos melhores dias, ia crescendo na partida. Aos 31, Júnior Viçosa chutou do bico esquerdo da grande área, obrigando uma bela defesa de Rafael Santos.
Cinco minutos depois, Giancarlo teve a chance de “matar a partida” para o Tupi. Kiss rolou da direita para o centroavante, que girou e chutou buscando o ângulo esquerdo de Márcio, que fez bela defesa.
Depois do lance, a tônica do jogo foi a mesma. Os goianos tentavam chegar no ataque, mas falhavam nas tentativas, graças à boa marcação carijó e ao dia ruim dos seus principais jogadores. Já o Tupi não conseguia ir para frente, por causa do cansaço dos seus atletas.
Assim, aos 49 minutos, o árbitro Vinícius Furlan apitou o final da partida, para festa dos mais de 1.300 torcedores presentes no Mário Helênio.
Com a vitória, o Tupi chegou aos 15 pontos, mas se manteve na vice-lanterna da Série B. Porém, a diferença para o Goiás, primeiro fora do Z-4, diminuiu para três pontos. O Galo agora vai para o Nordeste, onde joga na sexta-feira, às 21h30, contra o Náutico na Arena Pernambuco.
Ficha Técnica
Tupi: Rafael Santos; Douglas (Vinícius Kiss), Rodolfo Mol, Gabriel Santos e Luiz Paulo; Filipe Alves (Recife), Renan, Marcos Serrato (Marcel), Octávio e Jonathan; Giancarlo. Técnico: Estevam Soares
Atlético-GO: Márcio; Matheus Ribeiro (Ednei), Marllon, Lino e Raul; Michel, Pedro Bambu, Marquinho e Luiz Fernando (Jorginho); Alison (Júnior Viçosa) e Gilsinho. Técnico: Marcelo Cabo
Arbitragem: Vinicius Furlan (SP), auxiliado por Miguel Cataneo Ribeiro da Costa (SP) e Leandro Matos Feitosa (SP).
Público e Renda: 1.334 (934 pagantes) / R$ 18.120
Estatísticas
Tupi | Atlético-GO | |
---|---|---|
Passes Errados | 34 | 78 |
Finalizações | 14 (6 certas e 8 erradas) | 9 (1 certa e 8 erradas) |
Cruzamentos | 20 (5 certos e 15 errados) | 41 (5 certos e 36 errados) |
Desarmes | 16 | 18 |
Faltas Cometidas | 20 | 13 |
Cartões | 3 amarelos | 2 amarelos |
Impedimentos | 2 | 1 |
Lançamentos | 52 (26 certos e 26 errados) | 33 (10 certos e 23 errados) |
Matheus Brum nascido e criado em Juiz de Fora, jornalista em formação pela Universidade Federal de Juiz de Fora, e desde criança, apaixonado pelo Flamengo e por esportes. Já foi estagiário na Rádio CBN Juiz de Fora. Atualmente é escritor do blog "Entre Ternos e Chuteiras"; colaborador da Web Rádio Nac, apresentando uma coluna de opinião diariamente; editor e apresentador do programa Mosaico, que vai ao ar semanalmente na TVE, canal 12, e é membro da Acesso Comunicação Júnior, Empresa Júnior da Faculdade de Comunicação da UFJF, trabalhando no Departamento de Projetos e no núcleo de Jornalismo.
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