Rep?rter: Ricardo Corr?a
Colabora??o: Rita Couto
Edi??o: Ludmila Gusman
Designer: L?via Mattos
Da simples veste branca, aos ritos mais complexos, como pular sete ondas, comer determinadas frutas, subir em cadeiras ou pronunciar certas palavras, a passagem de um ano para o outro ? certamente o momento em que os ritos simp?ticos (que dizem respeito ?s simpatias) s?o mais executados pelas pessoas comuns. Independente de idade, sexo, ou classe social, todo mundo renova os desejos de paz, esperan?a e, mesmo sem acreditar, n?o custa nada tentar fazer alguma coisa que possa ajudar a realizar esses desejos.
Em Juiz de Fora n?o ? diferente e a ACESSA.com resolveu conversar com personalidades da cultura, do esporte e da pol?tica, para saber como eles costumam passar o R?veillon. Poucos assumem de fato suas supersti?es, mas muitos admitem participar de alguma delas.
Caso de Wendell Guiducci, vocalista da banda Martiataka. Embora diga que n?o tem supersti?es e n?o faz nada de especial, ele participa da mais popular simpatia de fim de ano. "N?o acredito muito n?o, mas ?s vezes uso branco", diz o m?sico. Seu colega de profiss?o, Chico Bustamante, do Beatles Forever, tamb?m jura n?o ter nenhuma supersti??o e diz que sua ?nica tradi??o ? passar o R?veillon ao lado da fam?lia. Mas com Jos? Luiz Ribeiro ? diferente. O diretor de teatro e professor da UFJF reconhece que sua virada de ano ? cheia de simpatias. O descendente de portugueses diz que realiza o que chama de 'supersti?es de praxe'. "Eu como arroz com lentilha, sete uvas passas, e subo na cadeira na virada do ano para o m?o n?o pegar", diz.
A pol?tica da supersti??o
N?o podemos dizer que os vereadores de Juiz de Fora s?o supersticiosos. A
maioria dos entrevistados diz que apenas acompanha a tradi??o da roupa
branca, mas afirma n?o acreditar muito no assunto.
Na bancada do PSDB, que
possui dois vereadores, Rodrigo Mattos e Ant?nio Jorge passam o ano novo de
forma bem diferente. Acostumados a votar em conjunto e defender as mesmas
id?ias, em mat?ria de supersti??o, Rodrigo ? situa??o e Ant?nio ?
oposi??o.
Enquanto o m?dico Ant?nio Jorge, presidente do partido na cidade, diz que ?
completamente pragm?tico e n?o possui nenhuma supersti??o, o secret?rio
tucano, e filho do deputado federal Cust?dio Mattos mostra que realiza
v?rias delas na passagem de ano.
"Sempre que posso passo na praia. N?s reunimos toda a fam?lia e temos sim nossas supersti?es. Em rela??o ? cor tem essa coisa de que cada ano tem uma n?o, ?? Mas normalmente eu passo de branco. Tem tamb?m aquela hist?ria do barco.
N?s fazemos um barquinho, colocamos perfumes, flores, presentes, cada um escreve seus desejos, entramos no mar e soltamos em agradecimento", diz ele, ressaltando que os desejos n?o s?o coisas concretas, como pedidos de emprego, mas sim desejos de sa?de, paz e prosperidade. Ele diz que ap?s o envio do barquinho, o ritual n?o acabou.
"Depois n?s pulamos as sete ondas e jogamos as palmas", ressalta, mostrando que segue v?rias supersti?es. Mas o caso do vereador Rodrigo Mattos n?o ? comum na C?mara Municipal de Juiz de Fora. A maioria ? como Fl?vio Cheker, do PT. O vereador pode at? n?o acreditar, mas prefere n?o estragar a "brincadeira" no final do ano.
"Eu passo de branco para entrar no coro geral das boas inten?es, mas ? mais por tradi??o e n?o por uma supersti??o particular minha", explicou o vereador, que tem a posi??o parecida com Dr. Waldir, do PTB, mostrando que o mesmo assunto que divide os tucanos, une opini?es de oposicionistas e governistas.
"Geralmente passo sim de roupa branca, porque j? faz parte. D? um sentimento de entrar o ano de forma mais pura, mais altiva", explica o petebista. Seu colega de partido, Jo?o do Joaninho, prefere levar na brincadeira.
"? roupa branca, cerveja e cacha?a", brinca, para depois ressaltar que, mais que supersti?es, acredita muito em Deus. A religiosidade ? ainda mais forte em sua colega de partido, a evang?lica Rose Fran?a. A vereadora n?o usa roupa branca e nem faz simpatias, mas n?o abre m?o de uma coisa durante a passagem de ano : "Uma tradi??o que eu tenho e que n?o abro m?o de jeito nenhum ? passar o ano novo dentro da Igreja, junto com minha m?e e milha filha, ajoelhada para agradecer pelos momentos bons e ruins e pedir pelo pr?ximo ano", ressalta ela.
Superti??o como esporte
No meio esportivo, as supersti?es sempre ganharam um espa?o especial. No
futebol, ? o t?cnico que s? dirige o time em uma partida com a mesma camisa,
o jogador que utiliza amuletos especiais, ? a torcida que entoa c?nticos
especiais destinados a promover sorte e reeguer seu time em campo. Mas em
Juiz de Fora os esportistas e pessoas ligadas ao esporte n?o parecem ser t?o
supersticiosos.
Depois de um ano conturbado no Tupi, o presidente do clube, Lu?s Carlos Monteiro, avisa que n?o ser? com base na supersti??o que o Galo Carij? ir? recuperar suas for?as no ano que vem. O dirigente do time de Juiz de Fora n?o se considera supersticioso e diz que o ano novo ? momento de agradecer.
"N?o tenho supersti??o. Tenho ? muita f? em Deus e no trabalho. Acho que uma das coisas mais importantes ? agradecer, pedir sa?de e paz", ressalta. O caso da biker Roberta Stopa ? parecido. Ela tamb?m n?o costuma fazer parte das supersti?es de fim de ano. Na verdade, costuma at? estar sozinha nessas horas.
"Desde que me conhe?o por gente, sempre na hora da virada eu tiro uns minutos s? para mim. Fico sozinha comigo mesma e agrade?o pelo ano que se foi, mas n?o sei se posso chamar isso de supersti??o. Se a atleta do mountain bike n?o leva t?o ? s?rio as simpatias de fim de ano, com o ginasta Tiago Rom?o ? diferente. A fera dos trampolins chega at? a dizer que n?o tem supersti?es, mas ? s? pensar um pouquinho que muda de opini?o.
"N?o tenho uma supersti??o, mas gosto de passar no litoral, de branco e azul e sempre pular ondas. N?o sei se isso ? bom mas me sinto bem fazendo. Pensando melhor, acho que sou bem supersticioso", reavalia. Caso curioso ? do karateca Rousimar Ferreira Neves, que costuma representar o pa?s em campeonatos mundiais de karat?. Embora acredite que o esp?rito n?o sofra interfer?ncia de supersti?es, ele acaba participando da mais tradicional. Acostumado a vestir branco para lutar, no fim de ano ele muda um pouco, e veste a cor da paz exatamente para evitar um atrito. "A mulher fica pedindo e ent?o eu coloco roupa branca", diz.
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