"Come?ar de novo"
Casais mostram que o relacionamento pode dar certo,
mesmo depois de anos longe um do outro

"E quem um dia ir? dizer
que existe raz?o
nas coisas feitas pelo cora??o?
E quem ir? dizer
que n?o existe raz?o?"
(Renato Russo)

Djenane Pimentel
Rep?rter
30/03/05



Quem ? que nunca sonhou com um pr?ncipe encantado, debaixo de sua janela, montado num cavalo branco, fazendo uma declara??o de amor? Depois, vem o casamento perfeito, o pr?ncipe te leva no cavalo para a lua-de-mel e voc?s ser?o felizes para sempre...

? uma pena que isso seja somente uma fantasia. A vida - e os relacionamentos - s?o bastante diferentes. As pessoas se conhecem, namoram, terminam, se magoam...

Mas a verdade ? que, muitas vezes, elas entram em nossas vidas na hora errada. S?o as pessoas certas, na hora errada. Mas, basta uma noite bonita para que as lembran?as venham ? tona - sinal de que h? um lugarzinho muito especial no seu cora??o, reservado para esta pessoa que marcou sua vida amorosa e que, infelizmente, ficou perdida em algum lugar do passado.

Imagina que maravilha, se ele aparecesse hoje, aqui, agora, bem na sua frente! Mas, ser? que, depois de tanto tempo, ainda pode dar certo?

E como pode!
A hist?ria de Mary e Benedicto Marcondes ? prova de que pode dar certo sim! Os dois come?aram a namorar quando tinham apenas 12 anos, e estudavam juntos em uma escola perto de Leopoldina (MG). Namoraram at? os 18 anos.

Nessa idade, Benedicto, cujo apelido era Tim, foi chamado para ingressar na Aeron?utica e a despedida foi triste. Eles se correspondiam por cartas e, nos fins de semana, se falavam ao telefone. "Durante as f?rias, ele vinha me visitar e eu esperava ansiosa por este dia", conta Mary.

Em uma dessas visitas, eles ficaram noivos e ele pediu que ela preparasse o enxoval, dizendo: "espera s? eu melhorar um pouco de 'posto' para n?s nos casarmos". Passaram-se dois anos, contabilizando-se oito anos de namoro.

Mas, como nem tudo s?o flores...
Num certo dia, algu?m passou por Mary e viu que ela e umas amigas liam uma carta de Tim. Essa pessoa, invejosa, falou: "Voc? ? uma tola, ele vai se casar com outra". Ela acreditou, ficou arrasada, parou de responder as cartas do noivo (que continuavam a chegar), e o t?rmino desta rela??o aconteceu assim, de uma hora para outra, sem nenhuma explica??o de ambas as partes.

Anos depois, ela soube que ele havia dado baixa na Aeron?utica e ido trabalhar na CSN, em Volta Redonda. Havia conhecido algu?m l? (mas a garota de antes era mentira mesmo) e se casado.

Mary conheceu outros rapazes, namorou, mas n?o se casou. "N?o achava gra?a em ningu?m". E assim, se passaram vinte anos!

Certo dia, conversando com um primo de Benedicto, este lhe contou: "Sabe que Marcondes ficou vi?vo, com um filho pequeno?" "N?o sei expressar o que senti naquele momento", lembra Mary. Mas continuou sua rotina, normalmente. At? que sua cunhada a fez escrever um cart?o de Natal, para ele, que imediatamente lhe respondeu, ligou e marcou um encontro.

O encontro, segundo Mary, foi como o de dois adolescentes. Reataram o noivado e marcaram a data do casamento para depois de um ano da morte da primeira esposa de Tim - 28 de setembro de 1968 (foto acima).

Mary conta que algumas pessoas a censuraram quando eles resolveram reatar o noivado. "Mas n?o dei ouvidos, porque n?o queria ser tola pela segunda vez. Apesar de estar com 40 anos, a chama do amor que sentia por ele reacendeu e ouvi a voz do meu cora??o. Chega de sofrer!"

Hoje, os dois est?o com 79 anos de idade e 39 de casados. Tiveram uma filha, Amaline, e s?o muito felizes. "Nossos filhos j? est?o casados e nos deram cinco netos. Quer felicidade maior?", finaliza.

O cara certo na hora errada
O caso de D?bora e Moys?s ? outro exemplo do que o amor pode fazer. Depois de passar todo o per?odo da faculdade juntos - quase quatro anos de namoro - D?bora, j? formada, resolveu ir para os Estados Unidos estudar. No in?cio, Moys?s deu a maior for?a, dizendo que ia visit?-la em breve, mas, com o passar dos meses, o namoro ? dist?ncia foi esfriando.

Resolveram, enfim, colocar um ponto final na rela??o. "Resolvi ficar mais um tempo por l?, fazer p?s-gradua??o, mas da?, veio epis?dio de 11 de setembro. Ficou dif?cil continuar, eu n?o consegui o visto de estudante e acabou n?o dando para estudar. Tive que voltar", conta D?bora.

Durante o ano em que ficou fora, os dois nunca deixaram de ser amigos e se falar pelo telefone. "Mas s? como amigos", diz. Ele chegou a ir aos EUA visit?-la, durante o Natal, mas o namoro n?o foi reatado. Em mar?o de 2002, ela voltou para o Brasil e ele a estava esperando, junto com sua fam?lia, no aeroporto.

"Todos estavam na expectativa de que ir?amos voltar a namorar", lembra. Voltaram, sim, mas por poucos meses. "Naquele momento, vi que existia muita diferen?a entre o que eu queria para a minha vida e o que ele queria para a dele. E, al?m do mais, eu estava muito insatisfeita de ter tido que voltar para o Brasil".

Ficaram mais de um ano separados, desta vez. Sa?am juntos, conversavam, mas nunca ficavam juntos. Mas quem ? que manda nas coisas do cora??o? N?o havia santo que fizesse ele desistir. Em julho de 2004, ele a chamou para uma conversa definitiva. Resultado: reataram o namoro e hoje est?o muito mais felizes.

"Acho que nos conhecemos novos demais e acabamos nos prendendo numa ?poca dif?cil, a faculdade. Hoje, quando olho para tr?s, vejo o quanto n?s mudamos. Conseguimos entender melhor um ao outro, al?m de poder ver o que ? realmente importante, essencial na vida".

D? pra recome?ar?
? dif?cil recome?ar do zero em um relacionamento cheio de hist?rias. Para fazer dar certo, deve-se esquecer o passado e, na maioria das vezes, perdoar v?rias coisas. Recome?ar ?, na verdade, um exerc?cio de maturidade. Afinal de contas, apesar de ter vivido outras experi?ncias, a pessoa est? ali, de volta para voc?. O encantamento inicial pode at? acabar, mas o que realmente importa - o sentimento - deve continuar forte. E se ? assim, por que n?o arriscar? Afinal, o amor ? o que conta.

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