Mulheres de coletivos e militantes fazem marcha contra a violência

Para lembrar o Dia Internacional de Luta pelo Fim da Violência contra a Mulheres, 25, a Comissão de Direitos Humanos da OAB e coletivos farão dia de debates

Angeliza Lopes
Repórter
23/11/2015
protesto

Mulheres de coletivos feministas e militantes independentes se reuniram nesta segunda-feira, 23 de novembro, para a Marcha Contra a Violência, que teve concentração no Parque Halfeld. A manifestação pretende descer o Calçadão da rua Halfeld, a partir das 18h30, com cartazes, latas coloridas formando a batucada feminista, organizadoras caracterizadas para a dramatização dos sete temas abordados pelo movimento e palavra de ordem com o intuito de mobilizar e conscientizar a população de Juiz de Fora para as violências que acometem o gênero feminino em todo o país.

Além de lembrar o Dia Internacional de Luta pelo Fim da Violência contra a Mulher, que é na próxima quarta-feira, 25 de novembro, a ação protesta contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e seu projeto de lei PL 5.069/13, de autoria do político, que dificulta o aborto legal em caso de estupro.

Uma das organizadoras da marcha Laiz Perrut conta que todos os participantes, motivados pelo dia, pensaram em organizar a marcha e em sete eixos de debates e reivindicações, que são o fim da violência contra a mulher, da violência doméstica, o fim do feminicídio, da violência obstétrica, fim da violência contra as mulheres negras, o fim da violência contra das mulheres lésbicas, transexuais "a última e não menos importante, que será bem forte na manifestação, é o #ForaCunha e #ForaPL5069/13 de autoria do presidente da Câmara que dificulta ainda mais os processos de aborto em caso de estupro. São temas que mexem diretamente com as nossas vidas e na violência contra a mulher", destaca.

A concentração da marcha começou às 17h. Laiz afirma que este ano os movimentos sociais e relacionado às mulheres teve um crescimento muito grande. Ela avalia que isso é resultado de um conservadorismo grande que tem se instalado, atualmente, na sociedade brasileira. "Os coletivos vêm trazendo pautas relacionadas às mulheres para conscientização da população, que são tidos como temas tabus. Participamos neste ano de diversas outras atividades como processos na Câmara dos Vereadores, audiência pública, discussão sobre os direitos das mulheres que estão presas, fora as calouradas na universidade, que são alvo de casos de assédio e estupro".

 

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Palestras OAB

Para movimentar Juiz de Fora com discussões sobre temas relacionados à violência contra a mulher que a Comissão de Direitos Humanos da OAB e os coletivos Maria Maria, Terra Roxa, Candaces, Amma e IAD-coletivo feminista, se reuniram para formar uma programação de atividades de formação e troca de experiência, na próxima quarta, 25, a partir das 15h, na avenida dos Andradas.

Os interessados em participar dos eixos de discussão precisam fazer inscrição gratuita pelo site Mulheres à Luta!, devido a limitação de público. Apenas o eixo quatro que não precisará de confirmação de presença prévia. Ainda serão exibidos os curta-metragem "Parir é Natural" e "A dor além do parto", com mesa de debates no final e estará em exposição as fotografias de Malu Machado, com o tema "Ensaio Natureza Mãe".

Programação

15h30 - Eixos temáticos simultâneos

EIXO 1 - A violência psicológica na violência doméstica - 15 vagas

Resumo: A violência que acomete as mulheres nem sempre se manifesta fisicamente, também ocorrendo através do controle, manipulação, humilhação, ameaças e etc , ao que damos o nome de violência psicológica, foco deste eixo - Composição e convidadas: Stella Whitaker (Maria Maria), Cristina Veríssimo (Terra Roxa), Sinara Regina Rocha (TJMG).

EIXO 2 - Pilares da violência: gênero, raça e classe - 15 vagas
Resumo: Problematizando a violência contra a mulher e sua articulação com as questões de raça/etnia e classe social. A realidade das mulheres negras e trabalhadoras no Brasil - Composição e convidadas: Isabela Costa (Terra Roxa), Lailah Aragão (Terra Roxa), Mariana Gino (Candaces), Selmara de Castro Balbino (Candaces).

EIXO 3 - Violência e invisibilidade das mulheres lésbicas, bi- e transexuais - 15 vagas
Resumo: A violência silenciosa que acomete as mulheres que não correspondem aos padrões heteronormativos da matriz de inteligibilidade cultural - Composição e convidadas: Brune Coelho (Visitrans), Camille Balestiere (Pretação), Paula Correa (Duas Cabeças), Isadora Pontes (Maria Maria)

19h - EIXO 4 - Violência Obstétrica - auditório
Resumo: O eixo visa debater uma das formas de violência contra a mulher que ocorre em um dos momentos de grande fragilidade. A violência na assistência obstétrica pode ser cometida por qualquer profissional, seja no pré-parto, parto ou pós-parto. Cerca de 25% das mulheres se percebem vítimas, contudo este número é subestimado, uma vez que existem procedimentos e condutas nocivas e sem respaldo científico que ainda são percebidas como necessárias na assistência obstétrica vigente. Desse modo buscamos a conscientização e propostas para a erradicação desse tipo de violência.

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