BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) - O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou nesta sexta-feira (11), em Paris, que a mesa de negociações entre a ditadura da Venezuela e a oposição deve ser reativada nos próximos meses.
O líder esquerdista falou após uma reunião na qual também estavam o chanceler colombiano Alvaro Leyva, o presidente e o chanceler da Argentina, Alberto Fernández e Santiago Cafiero, o líder da Assembleia Nacional chavista, Jorge Rodríguez, o negociador opositor Gerardo Blyde e uma representante do governo da Noruega --país que vinha participando como garantidor dos diálogos no México.
Em declaração a jornalistas, Petro afirmou que defendeu a anistia de "todos os presos políticos" do país vizinho e o "desbloqueio da economia venezuelana", referindo-se ao fim das sanções internacionais impostas ao regime.
Sob o esquerdista, a Colômbia retomou as relações diplomáticas com a Venezuela. No começo do mês o político se encontrou com o ditador Nicolás Maduro em Caracas, quando defendeu a necessidade de integração e do fortalecimento regional.
Segundo Petro disse nesta sexta, também foi discutida no encontro a realização um pleito livre no país em 2024, data que consta do calendário eleitoral do país. A ditadura ainda não confirmou o processo, mas vem acenando com a possibilidade dele sob um acordo com a oposição -uma das condições impostas para isso seria o alívio de parte das sanções contra o país.
"A anistia seria para todos aqueles que estejam presos por razões políticas. A negociação no México deve levar a garantias de que todos possam participar do pleito, se assim o desejarem", disse o presidente colombiano, que está na capital francesa para o Fórum Mundial da Paz.
Ainda segundo o colombiano, Blyde teria insistido na defesa de garantias e na observação atenta de atores internacionais sobre os processos em Caracas e no México. Também citou a necessidade de uma desescalada na perseguição a opositores e de respeito às recomendações do sistema interamericano de direitos humanos.
Os demais participantes da reunião de Paris, porém, ainda não se pronunciaram sobre os termos propostos por Petro. Tampouco houve assinatura de um documento ratificando os termos da negociação.
Nicolás Maduro vem experimentando uma fase de certa recuperação de sua imagem, ante o desgaste da oposição --fraturada sob a liderança de Juan Guaidó- e a indicação, manifestada por governos do Ocidente a exemplo do americano e do francês, da necessidade de recorrer à produção de petróleo do país num momento de crise energética desencadeada pela Guerra da Ucrânia.
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