BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta quarta-feira (24) que o governo do México vai voltar a isentar brasileiros da exigência de visto para visitar o país.

"Há uns oito meses, o México passou a exigir vistos para brasileiros. Estive no país há um mês, negociei com o chanceler Marcelo Ebrard e pedi que examinasse a questão da renovação do nosso acordo anterior, tendo em vista que, se não, teríamos de, pelo princípio da reciprocidade, impor visto aos mexicanos", disse Vieira, em audiência na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.

"E a reação dele foi muito positiva. Estamos em plena negociação, vão ser suspensos também --sempre provocado pela exigência da reciprocidade-- os vistos para brasileiros que viajam ao México."

No final de 2021, o governo mexicano, liderado pelo presidente Andrés Manuel López Obrador, atendeu a pressão dos EUA e decidiu voltar a exigir vistos de viajantes brasileiros, seja a turismo ou a negócios, interrompendo uma isenção acordada entre os dois países que vinha sendo aplicada desde 2013.

A adoção da política pelo governo mexicano ocorreu em meio ao aumento do número de brasileiros tentando entrar de forma ilegal nos EUA. Os brasileiros, assim como muitos imigrantes centro-americanos, costumam ir até o México para, dali, tentar cruzar a fronteira terrestre com o território americano.

Na comissão da Câmara, Vieira respondeu a uma pergunta sobre a decisão do governo Lula (PT) de adotar o princípio da reciprocidade e passar a exigir visto de quatro países: EUA, Austrália, Canadá e Japão.

A gestão Jair Bolsonaro (PL) havia isentado esses países da exigência, sob o argumento de que a decisão beneficiaria o turismo. A volta da obrigação de visto para esses países deve ocorrer a partir de outubro.

Vieira afirmou ainda que o Japão informou recentemente o Brasil que deixará de solicitar visto para brasileiros. Por isso, prosseguiu, o governo Lula vai manter a isenção da exigência para japoneses.

O chanceler também defendeu a aplicação do princípio da reciprocidade. Disse que a obrigatoriedade de visto não "impacta em nada o turismo" do Brasil e que os trâmites dos vistos brasileiros são eletrônicos, e o custo, de US$ 80 (R$ 390), inferior ao praticado por outros países, como os EUA.


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