SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Alvo de diferentes ataques nos últimos meses, a região russa de Belgorodo, que faz fronteira com a Ucrânia, sofreu novos disparos nas últimas 24 horas. O lançamento de 132 projéteis atingiu prédios no distrito de Graivoron, segundo o governador da região, Viatcheslav Gladkov, que não reportou vítimas.

O ataque acontece quatro dias depois da mais grave incursão armada em território russo desde o início da Guerra da Ucrânia, em fevereiro do ano passado. Na segunda-feira (22), o alvo também foi Graivoron, quando oito pessoas ficaram feridas e civis foram retirados de nove localidades, segundo autoridades russas.

No início da semana, o episódio deu início a mais uma guerra de versões do conflito -autoridades da Rússia afirmam que ucranianos cruzaram a fronteira e se infiltraram na cidade, enquanto a Ucrânia diz que os atos são de responsabilidade de grupos armados locais que se opõem ao Kremlin.

Dois grupos reivindicaram a autoria dos ataques de segunda -o Corpo Voluntário Russo e o Legião da Liberdade da Rússia. Ambos tem como objetivo derrubar o presidente russo, Vladimir Putin, mas dependem de apoio ucraniano, segundo especialistas. Moscou disse que "esmagou" os agressores e matou 70 dos militantes.

Sobre o ataque mais recente, o governador afirmou que o distrito de Belgorodski, que circunda a capital regional Belgorodo, foi atingido por 14 tiros, inclusive de drones -um dos quais teria atingido e danificado um prédio administrativo.

Os conflitos em território russo têm aumentado a tensão da guerra. Nesta sexta-feira (26), o vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitri Medvedev, disse que é impossível negociar com a Ucrânia enquanto o presidente do país for Volodimir Zelenski informou a agência estatal russa de notícias Tass. "Tudo sempre termina em negociações, isso é inevitável. Mas enquanto essas pessoas estiverem no poder, a situação da Rússia não mudará em termos de negociações", afirmou.

Ele mencionou ainda a possibilidade de um "ataque preventivo" caso o ocidente envie armas nucleares à Ucrânia. "Existem leis irreversíveis da guerra. Com armas nucleares, terá que haver um ataque preventivo", disse Medvedev.


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