SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Pelo menos 13 migrantes do Haiti, incluindo um bebê recém-nascido, morreram afogados na noite de domingo (6) após o caminhão que os transportava de forma clandestina cair em um canal de irrigação na província de Valverde, no noroeste da República Dominicana.

Além do bebê, uma criança de quatro anos, nove homens e duas mulheres morreram no acidente. Três pessoas foram encontradas com vida, e as buscas por sobreviventes continuavam nesta segunda-feira (7), segundo a imprensa local. Os migrantes tentavam chegar a Santo Domingo, a capital dominicana.

As investigações iniciais apontam que o motorista perdeu o controle do veículo. "Até o momento não foi possível apurar a identidade do condutor, nem seu estado de saúde, porque ele teria desaparecido do local da tragédia", disse a polícia em comunicado. As autoridades anunciaram uma investigação "profunda" para apurar as causas do acidente e os possíveis culpados.

Mergulhado em crise humanitária, o país caribenho que por mais de dez anos viu as Forças Armadas brasileiras atuarem em seu território assiste hoje ao desmantelamento do Estado, não tem representantes eleitos em cargos de poder e, em cada dia de 2023, registrou em média mais de sete mortos pela violência das gangues, segundo balanço da ONU com dados até abril.

O país caribenho que por mais de dez anos viu as Forças Armadas brasileiras atuarem em seu território assiste hoje ao desmantelamento do Estado, não tem representantes eleitos em cargos de poder e sofre com a violência crescente de gangues que dominam territórios.

Apenas em 2022, foram reportadas 2.200 mortes relacionadas à violência na nação de 11,7 milhões de habitantes. O número de mulheres assassinadas aumentou 75% em relação a 2021. Até abril deste ano, houve 600 assassinatos e 400 sequestros, de acordo com dados do International Crisis Group.

A crise local se agravou após o assassinato do presidente Jovenel Moïse, morto a tiros em sua casa em julho de 2021. O caso, hoje, é investigado nos EUA, e há poucas respostas além do fato de que a ação contou com a participação de mercenários estrangeiros de países como a Colômbia.

A situação multiplicou o êxodo de haitianos sem documentos para a vizinha República Dominicana, que por sua vez endureceu a política contra migrantes e iniciou a construção de um muro na fronteira. O transporte clandestino, porém, permanece frequente: no ano passado, o governo dominicano registrou a entrada de mais de 120 mil migrantes estrangeiros, número majoritariamente composto por haitianos.

Em outra tragédia envolvendo migrantes nos últimos dias, mais sete corpos de pessoas que se afogaram em um naufrágio próximo à Tunísia foram retirados do mar nesta segunda. No total, 11 mortes foram confirmadas, segundo autoridades locais, e 44 migrantes continuam desaparecidos.

No domingo, uma autoridade da Tunísia disse que o barco afundou próximo da ilha de Kerkennah. O país do norte da África enfrenta uma onda recorde de migração este ano e catástrofes envolvendo barcos com migrantes que tentam chegar à costa da Itália.

De 1º de janeiro a 20 de julho deste ano, a Guarda Costeira tunisiana recuperou 901 corpos de migrantes em sua costa, um número sem precedentes. A Tunísia substituiu a Líbia como principal ponto de partida da região para pessoas que fogem da pobreza e dos conflitos na África e no Oriente Médio em busca de uma vida melhor na Europa.


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