DÉLI, ÍNDIA (FOLHAPRESS) - O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, anunciou em discurso na cúpula do G20 que o bloco conseguiu chegar a um acordo e divulgará um comunicado conjunto. Até a sexta-feira (8), os 19 países e a UE não tinham conseguido consenso sobre a linguagem que a declaração usaria a respeito da guerra da Ucrânia e havia risco de a cúpula ser a primeira sem declaração conjunta.
Às 23h da sexta, negociadores dos países costuraram uma linguagem palatável para os parágrafos geopolíticos. Foi acordada uma linguagem parecida com a da cúpula de Bali, mas "sem humilhar" os russos, segundo negociadores.
Brasil, Índia, África do Sul e Indonésia ficaram encarregados de negociar os parágrafos mais sensíveis. Os chefes de estado e governo bateram o martelo no sábado.
"Graças ao trabalho duro de todas as equipes, conseguimos consenso para a declaração da cúpula de líderes do G20. Eu anuncio a adoção dessa declaração", disse Modi.
Os países do G-7 insistiam em uma condenação enérgica da invasão russa na Ucrânia. A Rússia e a China se recusam a endossar um documento que contenha menções explícitas à agressão russa.
Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, além da União Europeia insistiam para que os documentos da cúpula incluam menções à "agressão da Rússia contra a Ucrânia", demandam "a retirada total" das tropas russas do território ucraniano e classificam de "inadmissível" o "uso ou ameaça de uso de armas nucleares ".
No ano passado, a Rússia havia concordado, a contragosto, com a inclusão desse conteúdo na declaração conjunta da cúpula do G20 na Indonésia ?mas depois recuou. Pequim, em mais uma manifestação de apoio a Moscou, afirma que o G20 é um foro essencialmente para tratar de economia, não de paz e segurança.
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