SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Casa Branca apresentou uma nova estratégia de defesa da candidatura à reeleição do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, nesta sexta-feira (15): "80 são os novos 40, você não soube?".

Foi o que a porta-voz do líder americano, Karine Jean-Pierre, afirmou ao ser questionada, em uma entrevista coletiva, sobre como a eventual campanha pretende convencer os eleitores que a idade do democrata não é um problema.

"Em 2019, ele recebeu as mesmas críticas, em 2020, ele recebeu as mesmas críticas, em 2022 ele recebeu as mesmas críticas. E todas as vezes ele superou os pessimistas", disse Jean-Pierre.

Aos 80 anos, Biden já é o presidente americano mais velho da história dos EUA. Caso vença a eleição de 2024, terá 82 anos quando seu hipotético segundo mandato à Presidência começar, em janeiro de 2025.

Diversos levantamentos mostram que os eleitores se importam com a idade dele. Uma pesquisa da agência de notícias Reuters e do Instituto Ipsos divulgada nesta quinta mostra que as chances de reeleição do presidente estão ameaçadas por preocupações com economia e segurança, mas também por causa de sua idade.

Somam 77% os que consideram Biden "velho demais" para ser presidente --incluindo 65% dos democratas. Além disso, apenas 39% dizem que o político é mentalmente apto para a Presidência.

O seu principal rival, o ex-presidente republicano Donald Trump, parece despertar menos preocupação quando o assunto é idade, embora seja só três anos mais novo que o provável adversário. Representam 56% os entrevistados que o consideram "velho demais" para o cargo, e 54% dizem que ele é mentalmente apto para lidar com os desafios da Presidência.

A pesquisa de opinião, que reuniu respostas online de 4.413 adultos dos EUA entre 8 e 14 de setembro, mostra que os dois políticos estão empatados em uma eleição hipotética em novembro de 2024 --data, aliás, suficientemente distante para haver mudanças de cenário. Cada um recebeu 39% das intenções de voto no levantamento, que tem uma margem de erro de cerca de dois pontos percentuais.

Puxados por Trump, desde a campanha de 2020 republicanos caracterizam Biden como senil e confuso, ou seja, inapto para o cargo. Assim, gafes e falhas do democrata viraram munição para essa narrativa, que também se vale de informações falsas.

Em junho, por exemplo, o presidente confundiu-se ao dizer que o líder russo, Vladimir Putin, estava "perdendo a guerra no Iraque", em uma referência ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Dias antes, ele já havia feito a mesma confusão durante um comício, no qual disse que havia conseguido unir os países ocidentais contra o ataque de Moscou ao Iraque.

Há, porém, situações deturpadas nas redes sociais. Há um vídeo, por exemplo, em que o presidente aparece, após um discurso, estendendo a mão para cumprimentar uma pessoa --mas não há alguém ali. A gravação, na verdade, é fruto da edição de um registro do democrata na Carolina do Norte, num palco com apoiadores. Vídeos de outros ângulos mostram Biden estendendo a mão para saudar a plateia --ele repetiu o gesto em outras direções.


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