SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Como esperado, o premiê Ariel Henry, a mais alta autoridade do Haiti e cuja figura é questionada nas ruas, usou seu discurso na Assembleia Geral da ONU para pedir que o Conselho de Segurança da ONU aprove uma missão multinacional de ajuda à polícia local.
Espera-se que o tema entre em votação no órgão, que o Brasil compõe como membro rotativo, até o final da próxima semana. E vários líderes globais, entre eles o americano Joe Biden, já haviam usado o púlpito da ONU em Nova York para coro ao pedido do líder haitiano.
"A população haitiana está enfrentando condições subhumanas. A crise é estrutural e multidimensional e que dura por anos, mas a situação de segurança deteriorou, e isso atrasa o progresso", disse Henry. "Não estamos aqui para justificar o passado, mas para pedir aos países amigos que entendam que há que ser feito algo urgente para nos ajudar a criar um futuro melhor às crianças haitianas."
Ele citou o que chamou de "uma lista sem fim" dos crimes cometidos pelas gangues urbanas que controlam 80% da capital, Porto Príncipe. "Eles assassinam, ateiam fogo, bloqueiam ruas, fecham escolas e hospitais, sequestram, praticam violência sexual, tráfico de órgãos e de pessoas, execuções extrajudiciais. Abusam com particular crueldade."
O poder desses grupos escalou à medida que uma espécie de vácuo de poder foi criada no país do Caribe após o assassinado do presidente Jovenel Moïse a tiros, em sua casa, em 2021. Henry, escolhido por Moïse pouco antes para ser primeiro-ministro, assumiu a chefia do país, que hoje não conta com nenhum representante político eleito.
Texto em atualização.
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