SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A explosão de um caminhão-bomba em um posto de controle na cidade de Beledweyne, no centro da Somália, deixou pelo 13 mortos e 40 feridos neste sábado (23), segundo a agência de notícias AFP. O atentado, ainda não reivindicado por grupos armados da região, reduziu prédios e lojas a escombros --nos quais moradores estão presos.
"Recuperamos os corpos de 13 pessoas, a maioria de civis que estavam por perto", afirmou por telefone à AFP Ahmed Yare Adan, um policial local. "Há cerca de 45 feridos, todos civis, que foram levados para diferentes centros médicos. Alguns estão gravemente afetados."
À Reuters, Aden disse que entre as vítimas estão cinco policiais que dispararam contra o veículo em uma tentativa fracassada de impedi-lo de atingir o posto de controle. "Toda a cidade está chocada", afirmou Abdifatah Hasan, um morador, à AFP.
"O que aconteceu aqui é um ato de ódio", declarou à imprensa Abdulahi Ahmed Malim, governador da região de Hiram, da qual Beledweyne depende. "Toda a área está destruída."
Halima Nur, uma mulher que estava perto do local, disse à Reuters que sua sobrinha e outras pessoas estavam em uma loja próxima e ainda não haviam sido encontradas. "Não sei o que dizer, todas as barracas agora são apenas escombros. Não consigo encontrar minha sobrinha", disse ela.
O ataque ocorreu após o governo somali admitir estar vivendo um momento delicado em sua ofensiva contra o grupo radical islâmico Al-Shabaab. Apoiada pela comunidade internacional, a Somália combate há mais de 15 anos a insurreição da Al Qaeda, que diz querer instaurar uma leitura radical da lei islâmica nesse país do Chifre da África.
Em outubro do ano passado, um atentado com dois carros-bomba do grupo em uma área movimentada nos arredores do Ministério da Educação na capital, Mogadíscio, deixou ao menos 100 pessoas mortas e 300 feridas.
Há mais de um ano, forças governamentais e milícias locais realizam uma ofensiva militar no centro do país apoiada pela União Africana e por ataques aéreos dos Estados Unidos.
Nesta semana, o governo pediu à ONU para que a retirada das tropas do bloco, prevista para o final de setembro, fosse adiada em três meses. Embora as operações militares tenham permitido "libertar cidades, vilas e rotas de suprimento cruciais", as forças pró-governo sofreram "vários reveses importantes" no final de agosto, segundo a carta datada de 19 de setembro.
"Essa reviravolta inesperada dos acontecimentos colocou nossas forças militares no limite de sua capacidade, expôs vulnerabilidades em nossas linhas de frente e exigiu uma reorganização abrangente para garantir que mantenhamos nosso impulso na luta contra a ameaça do Al-Shabaab", diz o texto.
Eleito em maio de 2022, o presidente da Somália, Hassan Sheikh Mohamud, prometeu uma "guerra total" contra os combatentes. Há pouco mais de um mês, o líder afirmou que o grupo seria "eliminado de todo o país" até o final do ano.
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