SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em preparação para a invasão terrestre de grande escala à Faixa de Gaza, o Exército de Israel realizou nesta quinta-feira (26) o que diz ser a maior incursão ao território palestino desde o começo da guerra contra o Hamas, em 7 de outubro. Blindados do país entraram e saíram da área que é o foco do conflito no Oriente Médio numa ação para destruir "múltiplos alvos" da facção terrorista, disse Tel Aviv em nota.

Embora tenha sido descrita como pontual, a operação foi a maior de âmbito terrestre em Gaza desde que os israelenses deixaram a região, em 2005, segundo a rádio do Exército local. Um vídeo da ação mostra tanques e escavadeiras avançando no norte do território palestino. As imagens mostram os blindados disparando, além de explosões próximas de uma fileira de prédios danificados.

As autoridades não divulgaram quanto tempo os militares permaneceram em Gaza nem a distância percorrida por eles. Em nota, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) limitaram-se a dizer que a incursão foi realizada "em preparação para as próximas etapas do combate", numa possível referência à invasão em larga escala prometida por líderes israelenses para destruir o Hamas.

"Os soldados já saíram da área e retornaram ao território israelense", afirma o comunicado. Segundo os militares, abrigos de células terroristas, postos de lançamento de foguetes e outras infraestruturas usadas pelos integrantes do Hamas foram destruídos na ação.

A incursão ocorreu poucas horas após o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, reforçar que a invasão por terra da Faixa de Gaza acontecerá em breve. Em tom duro, o premiê disse que milhares de terroristas já foram mortos na guerra, e que as ofensivas israelenses até então eram "só o começo".

A demora da ação ampliada de Israel em Gaza é objeto de debates e especulações. Há indícios de que os responsáveis por um suposto atraso são os Estados Unidos. Publicação do jornal americano The Wall Street Journal afirmou na quarta (25) que a Casa Branca pediu ao governo israelense que adiasse a ofensiva para reforçar as defesas antimísseis das bases americanas no Oriente Médio.

Israel iniciou incursões terrestres pontuais no último domingo (22). O Hamas não se pronunciou sobre a ação desta quinta.


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