GEORGETOWN, GUIANA (FOLHAPRESS) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) inaugurou uma sala com seu nome na Guiana nesta quinta-feira (29). A breve cerimônia ocorreu no início de reunião bilateral entre o brasileiro e o homólogo da Guiana, Irfaan Ali, no Centro de Conferência Arthur Chang, em Georgetown, capital do país.
Ali afirmou que a sala foi nomeada como lembrança de uma visita que Lula fez a Georgetown em 2010, em seu segundo mandato, quando o presidente da Guiana era o atual vice, Bharrat Jagdeo.
Na ocasião, segundo Ali, o ar-condicionado quebrou, e Lula teria ficado extremamente suado diante do calor. Mesmo assim, afirmou o presidente da Guiana, o brasileiro seguiu com a reunião. "No verdadeiro espírito do Brasil e do presidente Lula de determinação consistente, ele continuou", disse Ali. A imprensa só foi autorizada a participar deste início da reunião.
Lula termina no centro de conferência sua visita a Georgetown. Depois, ainda nesta quinta, decola rumo a São Vicente e Granadinas, no Caribe, para a cúpula de líderes da Celac (Comunidade dos Estados Latino-americanos e do Caribe), nesta sexta-feira (1o). Lá, ele deve se reunir com o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro.
Um dos tópicos abordados pelos dois deve ser a disputa territorial de Essequibo, região que corresponde a dois terços do território da Guiana e que é reivindicada historicamente pela Venezuela. A crise entre os dois países tem sido revivida pelo regime Maduro ao menos desde que enormes reservas de petróleo foram descobertas na costa da região guianesa, em 2015.
O encontro entre Lula e Maduro acontece um mês depois que os chanceleres dos dois países se reuniram em Brasília, com mediação do ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores).
Na ocasião, o encontro entre os representantes de Georgetown e Caracas na capital brasileira durou sete horas. Ao final, o comunicado conjunto divulgado à imprensa dizia que o encontro havia sido um "bom começo", mas não havia declarações diretas sobre Essequibo e nenhum anúncio de medida concreta.
No final do ano passado, Maduro escalou a crise ao realizar um referendo na Venezuela aprovar a incorporação da região como um estado do país. O ditador chegou a divulgar um novo mapa da nação com o Essequibo no território venezuelano.
Sua escalada retórica, no entanto, esteve ali em seu auge. Depois disso, além da reunião dos chanceleres em Brasília, o venezuelano se encontrou com o guianense em São Vicente e Granadinas, em dezembro, e os dois se cumprimentaram. Já em fevereiro, Maduro afirmou que tem "grande respeito" por Ali.
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