SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A Justiça de Honduras emitiu ontem um mandado de prisão internacional contra o ex-presidente do país, Juan Orlando Hernández, que havia sido perdoado por Donald Trump e libertado de uma prisão nos EUA.

Um procurador-geral de Honduras afirmou ter instruído o governo e a Interpol a cumprir o mandado. Johel Antonio Zelaya Alvarez fez o anúncio em uma publicação no X, onde disse que a decisão acompanha ainda o Dia Internacional contra a Corrupção, que é comemorado hoje.

O mandado judicial ocorre devido a acusações de lavagem de dinheiro e fraude, mas ainda não há informações de que o alvo tenha sido detido. "Fomos devastados pelos tentáculos da corrupção e por redes criminosas que marcaram profundamente a vida do nosso país", escreveu Alvarez.

Em 2024, o ex-presidente recebeu uma sentença de 45 anos de prisão e cumpria a pena nos EUA. Um júri de Nova York o declarou culpado de facilitar a entrada no país americano de centenas de toneladas de cocaína, principalmente da Colômbia e da Venezuela, por meio de Honduras. Segundo a justiça dos EUA, essas ações tiveram início em 2004, muito antes de Hernández chegar à presidência.

Hernández foi chefe de Estado de Honduras entre 2014 e 2022. No último ano, ele foi extraditado aos Estados Unidos poucas semanas após deixar o cargo, quando a atual mandatária, Xiomara Castro (esquerda), assumiu o poder.

No final de novembro, Trump deu um indulto a ele. O republicano afirmou na Truth Social que Hernández havia sido "tratado de forma muito dura e injusta", de acordo com muitas pessoas que ele respeita.

Trump anunciou o perdão como parte de seus esforços para ajudar o candidato conservador Nasry Asfura, do mesmo partido de Hernández, nas eleições. Com 98% das atas apuradas até a noite de ontem, Asfura, 67, tinha 40,57% dos votos, contra 39,10% para o apresentador de TV Salvador Nasralla, 72, representante do Partido Liberal (PL), também de direita.