SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, reafirmou nesta quinta-feira (12) por telefone seu apoio ao ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, diante da mobilização militar dos Estados Unidos no Caribe e da apreensão de um petroleiro próximo à costa do país caribenho.

"Vladimir Putin expressou solidariedade com o povo venezuelano e confirmou seu apoio à política do governo de Maduro, dirigida a proteger os interesses e a soberania nacional diante da crescente pressão externa", disse o Kremlin em um comunicado sobre a conversa.

Sob Trump, os EUA fazem a maior mobilização militar na América Latina em décadas. Membros linha-dura do governo Trump, como o secretário de Estado, Marco Rubio, defendem nos bastidores uma intervenção militar com o objetivo de derrubar Maduro, embora publicamente a gestão diga que o objetivo das ações é atacar o narcotráfico.

Desde setembro, quando a crise começou, os EUA já deslocaram imenso poder de fogo para a costa da Venezuela, incluindo o porta-aviões USS Gerald Ford, maior navio de guerra do mundo.

Na noite de quarta, a situação escalou quando as Forças Armadas americanas capturaram um petroleiro em águas próximas à costa da Venezuela. Plataformas de rastreamento apontam que a última viagem da embarcação foi entre o porto de Basra, no Iraque, e Georgetown, capital guianense.

Batizado de Skipper, o navio transportava 1,1 milhão de barris de petróleo bruto, segundo o site especializado MarineTraffic. A embarcação havia sido sancionada pelo Tesouro americano em 2022 por seus supostos vínculos com a Guarda Revolucionária Islâmica do Irã e o Hezbollah.

De acordo o jornal americano The Washington Post, a embarcação estava a caminho de Cuba, que também manifestou apoio à Venezuela nesta quinta.

"Expressamos a mais firme condenação ao ataque ao navio-petroleiro venezuelano por forças militares dos EUA, ato de pirataria que evidencia uma escalada na agressão americana contra a Revolução Bolivariana", denunciou na rede social X o primeiro-ministro de Cuba, Manuel Marrero.

"Ratificamos nosso apoio absoluto à pátria de Bolívar e Chávez", acrescentou o dirigente cubano, em referência ao libertador Simón Bolívar (1783-1830) e ao ex-líder venezuelano Hugo Chávez (1999-2013), aliado de Havana.

Já o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela denunciou "um roubo descarado e um ato de pirataria internacional, anunciado publicamente pelo presidente dos EUA".