BUENOS AIRES, ARGENTINA 9FOLHAPRESS) - Em busca do voto de indecisos, José Antonio Kast e Jeannette Jara escolheram encerrar suas campanhas pela Presidência do Chile nesta quinta-feira (11) fora de Santiago.

Os candidatos à Presidência do Chile, José Antonio Kast e Jeannette Jara, que se enfrentam no próximo domingo Raul Bravo AFP A imagem exibe dois indivíduos de meia-idade, um homem e uma mulher, cada um em um quadro separado, sorrindo e olhando para a câmera, com um fundo simples e neutro. A composição é dividida em dois painéis, cada um contendo um retrato. No primeiro turno, ela obteve 26,9% dos votos, enquanto ele recebeu 23,9%. No entanto, as pesquisas apontam que Kast é favorito no segundo turno, no próximo domingo (14), aglutinando votos de candidatos de direita derrotados em novembro.

A disputa agora se dá pelos quase 20% de votos recebidos pelo terceiro colocado no mês passado, o centrista Franco Parisi, que não apoiou nenhum dos dois candidatos a sucessor do presidente Gabriel Boric.

"Sem comunismo, sem comunismo, vote em Kast", dizia a música de campanha quando Kast subiu no palco e começou a discursar, em um local favorável: a região de Araucanía, onde ele venceu em novembro.

O candidato do Partido Republicano buscou mostrar uma versão moderada nas últimas semanas, em busca de votos que foram para Parisi. "Chega de divisões, as pessoas querem unidade, paz e trabalho", discursou. "Estamos em uma cruzada para recuperar a paz, a ordem e a justiça no nosso país."

"Estamos confiantes de ganhar no domingo. Vai ser difícil, vão tentar dificultar o nosso trabalho, mas temos de manter a mesma unidade no dia seguinte. Temos conversado com outros partidos para formar um governo de emergência, que governe de verdade", disse Kast.

Ele mencionou o apoio recebido pelos adversários no primeiro turno Evelyn Matthei e Johannes Kaiser. "Temos claro que precisamos de união para enfrentar o desastre do atual governo e que o Chile vem em primeiro lugar."

Como fez em outros eventos públicos, alegando a possibilidade de sofrer um atentado, Kast discursou protegido por um vidro blindado. "Há pessoas em suas casas que se sentem inseguras e que precisam se proteger com vidros blindados."

Ele, que já havia defendido que imigrantes em situação irregular que tenham filhos nascidos no Chile poderiam ser separados de suas crianças, mencionou que os irregulares têm 90 dias para deixar o país de maneira espontânea, mas que podem tentar ingressas novamente no país depois, de forma regular.

Um dia antes, o ultradireitista se reuniu com apoiadores e participou de uma atividade com atletas profissionais, quando mais uma vez afirmou que não modificaria, caso eleito, o limite de 40 horas de trabalho semanais, conforme Jara apontou em um dos momentos mais tensos do debate televisivo entre os dois na terça-feira (9).

"Temos que conversar com os que estão indecisos, os que votaram em Parisi, os que têm medo", dizem os locutores no comício de Jara. A candidata do Partido Comunista e que faz parte da coalizão de centro-esquerda que governa o país, encerrou sua campanha em Coquimbo, região em que venceu no primeiro turno, mas onde quase empatou com Parisi.

Ela sofre uma pressão maior que seu adversário para conquistar os eleitores indecisos, estimados pelas pesquisas em 20%. Para isso, ressaltou sua conexão com a realidade chilena e a importância de governar para todos, além de incorporar propostas de adversários.

Durante seu discurso, por volta das 21h, a ex-ministra do Trabalho de Boric destacou suas conquistas no governo, como a reforma da Previdência e a redução da jornada de trabalho. Ela disse ser uma líder firme contra abusos e corrupção, afirmando que o Chile precisa de esperança e certezas para o futuro.

"Ainda que alguns tentem impor o medo, colocamos a esperança em primeiro lugar; colocamos os avanços, não os retrocessos. Aqui, nestes vales, que [a poeta] Gabriela Mistral descreveu e relatou a vida humilde, tudo nessa terra tenaz foi graças ao esforço de nossas famílias", disse em seu comício de encerramento. "As 40 horas vão ser defendidas, ninguém vai tocar nisso. Tenho a mão firme para combater a delinquência, o narcotráfico e a corrupção."

"As pessoas estão cansadas de discursos vazios, que lhe digam uma coisa hoje e outra amanhã", continuou Jara. "No meu governo, vamos tomar medidas concretas."

Em um comício no dia anterior, Jara prometeu uma robusta estratégia de segurança, incluindo a construção de cinco novas prisões e medidas para acabar com o sigilo bancário, visando combater o crime organizado.

Ela declarou que, se eleita, os traficantes de drogas encontrariam um Estado forte que os desarmaria e prenderia, com um plano de realizar cem intervenções policiais nos primeiros dias de governo.