SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Democratas do Comitê de Supervisão da Câmara dos Estados Unidos divulgaram nesta sexta-feira (12) uma nova leva de arquivos do espólio do magnata Jeffrey Epstein, condenado por abuso de menores, que inclui fotografias do presidente Donald Trump.

Algumas imagens mostram o republicano posando para uma foto com um grupo de seis mulheres e outra ele ao lado de Epstein, que morreu em 2019. O ex-presidente Bill Clinton, o cineasta Woody Allen e o estrategista Steve Bannon, ex-assessor de Trump, também aparecem em fotos com Epstein nos novos arquivos.

O comitê da Câmara americana recebeu os documentos que havia solicitado como parte dos esforços de investigação sobre o suposto tráfico sexual de Epstein. Os deputados visam elucidar dúvidas sobre a extensão dos crimes e da morte do financista.

Uma porta-voz dos parlamentares republicanos no comitê disse ao Wall Street Journal que eles receberam mais de 95 mil imagens e que "os democratas estão selecionando fotos e fazendo edições direcionadas para criar uma narrativa falsa sobre o presidente Trump".

Os democratas já haviam divulgado em setembro uma cópia do que seria uma carta de Trump a Epstein. O jornal The Wall Street Journal já havia revelado a existência da carta em julho deste ano, ao detalhar que o bilhete faz parte de um álbum comemorativo organizado por Ghislaine Maxwell, namorada do magnata condenada por ajudá-lo a abusar sexualmente de adolescentes.

Em novembro, após meses de desgaste e resistência, Trump cedeu à pressão da base do Partido Republicano e liberou os arquivos da investigação. O presidente assinou a lei aprovada de forma quase unânime pelo Congresso, ordenando que o Departamento de Justiça publique todos os documentos não sigilosos sobre o caso. O prazo de 30 dias se encerra na próxima sexta (19).

Trump, cujas relações com Epstein têm sido exploradas por críticos e apoiadores, há muito tempo alimenta teorias conspiratórias sobre o abusador que cultivou muitos amigos ricos e poderosos ?Epstein foi condenado por crimes sexuais na Justiça estadual da Flórida em 2008. Ele foi preso por acusações semelhantes, mas mais graves, em 2019, quando morreu na prisão.

Desde que o republicano retornou ao poder, o assunto se tornou um raro ponto fraco para ele, em particular para alguns de seus apoiadores mais radicais, que têm se mostrado descontentes com declarações de Trump e atos do governo sobre o caso.

Trump afirma que nunca teve nenhuma ligação com os supostos crimes de Epstein e tem se referido ao assunto como uma "farsa democrata", usada para desviar o foco do que seriam pontos positivos de seu governo e falhas da oposição.