SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Vídeos gravados no momento do ataque que matou 12 pessoas em Sydney mostram um homem, aparentemente civil, desarmando um suposto atirador próximo à praia de Bondi. A polícia afirmou ter prendido dois suspeitos neste domingo (14), e a mídia local afirma que um deles morreu.

As autoridades policiais ainda investigam a participação de um possível terceiro atirador no atentado. No vídeo, é possível ver um homem de camiseta branca correr em direção a uma pessoa armada, vestida de preto. Em poucos segundos, ele desarma o suposto atirador, que cai no chão e, em seguida, sai do local correndo.

O primeiro-ministro do país, Anthony Albanese, saudou os australianos que "correram em direção ao perigo para ajudar os outros". Durante seu discurso, os chamou de heróis e afirmou que "sua bravura salvou vidas".

"Este é um ataque direcionado contra judeus australianos no primeiro dia de Hanukkah, que deveria ser um dia de alegria, uma celebração da fé. Um ato de maldade, antissemitismo e terrorismo que assola o coração de nossa nação", afirmou o premiê.

Imagens publicadas nas redes sociais mostram também forças de segurança rendendo outros dois homens. Nos vídeos, civis aparecem correndo e, na abordagem policial, um homem tenta chutar as pessoas rendidas no chão.

Testemunhas relataram caos e pânico. "Vi pelo menos dez pessoas no chão e sangue por toda parte", disse Harry Wilson, 30, morador que testemunhou o tiroteio, ao jornal Sydney Morning Herald.

Esse foi o pior ataque a tiros em décadas na Austrália. A polícia isolou o local, e unidades antibombas vasculharam a região em busca de dispositivos explosivos que podem ter sido instalados. Um artefato encontrado em um carro deixado no local foi removido pelos especialistas.

O incidente deste domingo é o pior do tipo desde 1996, quando Martin Bryant, um homem de 28 anos, matou 35 pessoas e feriu outras 23 na colônia prisional histórica de Port Arthur, um lugar turístico no sudeste da Tasmânia. Ele foi condenado a 35 prisões perpétuas. Foi depois desse caso que o Congresso australiano aprovou uma série de medidas que controlam o acesso a armas de fogo. Atualmente, ataques a tiros são raros no país.

Mais recentemente, desde o início da guerra em Gaza, o número de casos de antissemitismo e islamofobia aumentou em todo o mundo. Além dos incidentes na Austrália, em maio deste ano, um homem armado matou dois funcionários da embaixada de Israel do lado de fora do Museu Judaico de Washington, nos Estados Unidos.