SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Confederação Israelita do Brasil (Conib) e a Federação Israelita do Estado de São Paulo divulgaram notas condenando o ataque terrorista em Sydney, na Austrália, que matou 11 pessoas neste domingo (14), durante um evento de celebração judaica de Hanukkah. Segundo a Conib, o ataque é consequência de uma "campanha de vilificação de Israel".
"Atacar judeus enquanto celebram sua fé não é apenas um crime contra indivíduos ou contra uma comunidade específica; é um ataque aos valores mais fundamentais da convivência democrática, à liberdade religiosa e ao direito de viver sem medo", disse a Conib.
A Conib afirma, na nota, que o "antissemitismo explodiu pelo mundo" desde os ataques do Hamas em Israel, com cerca de 1.200 mortos e 250 sequestrados, e a guerra das forças israelenses em Gaza, que já matou mais de 70 mil.
"A campanha de vilificação de Israel têm como consequência ataques letais contra comunidades judaicas em várias partes do globo, como vimos na Austrália agora, mas também nos EUA e na Europa."
A Austrália --um dos países com maior população judaica no mundo, atrás de Israel e EUA-- tem registrado uma série de ataques antissemitas contra sinagogas, prédios e carros desde o início da guerra de Israel em Gaza, em outubro de 2023. As estimativas mais recentes apontam para cerca de 110 mil a 120 mil o número de judeus no país.
O atentado ocorreu na praia de Bondi, uma das mais famosas do mundo, que costuma estar lotada de moradores e turistas. Vídeos que circulam na internet registram centenas de pessoas em pânico e correndo durante o tiroteio.
O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, acusou o governo australiano de ter alimentado o antissemitismo. "Há três meses, escrevi ao primeiro-ministro australiano dizendo que sua política está jogando gasolina no fogo do antissemitismo", disse ele, referindo-se a uma carta que enviou a Anthony Albanese em agosto, após o anúncio de Canberra de que reconheceria formalmente o Estado da Palestina.
"Reafirmamos nosso repúdio absoluto ao terrorismo e ao antissemitismo, em todas as suas formas, e reiteramos a urgência de que o mundo reconheça e enfrente essa ameaça sem relativizações ou silêncio."
Já a Federação Israelita do Estado de São Paulo comparou o atentado em Sydney aos ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023, dizendo que "a comunidade judaica mundial volta a reviver esse pesadelo".
A entidade apontou para uma escalada global do antissemitismo. "A repetição da violência, agora em outro continente, evidencia que não se trata de fatos isolados, mas de uma escalada global do antissemitismo, cada vez mais explícito, normalizado e letal."
Segundo a federação, "atacar judeus em momentos de celebração religiosa é uma tentativa direta de impor o medo, de restringir a liberdade de existir e de expressar uma identidade milenar".
Assim como a Conib, a Federação criticou o que vê como uma normalização e relativização do antissemitismo. "A tolerância ao discurso de ódio tem consequências reais e violentas. O silêncio e a relativização diante do antissemitismo custam vidas."