SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Um grupo de pesquisadores poloneses encontrou, por acaso, uma relíquia da Segunda Guerra Mundial, após mais de 80 anos.
Membros do Grupo de Proteção de Monumentos do Forte localizaram um estandarte com uma águia do 12º Regimento de Artilharia Leve. Objeto estava enterrado na Floresta de Starachowice, no centro-sul da Polônia.
Trata-se de um brasão de armas polonês, símbolo de "Honra e Pátria", que traz uma águia branca com bico, garras e coroa dourados, emblema tradicional das Forças Armadas do país. No mesmo local, também foram encontrados fragmentos de uma faixa regimental com a inscrição "12º PAL" e um cinto de couro.
A peça pertenceu a uma unidade da 12ª Divisão de Infantaria de Tarnopol, formada em 1919. Durante a chamada Campanha de Setembro, quando a Alemanha nazista invadiu a Polônia em 1939, a unidade manteve base no sudeste do território que hoje corresponde à Ucrânia, atuando na resistência ao avanço alemão.
O regimento era comandado pelo tenente-coronel Józef Kuberski, natural de Tarnopol, que mais tarde foi assassinado durante o Massacre de Katyn. Uma série de execuções em massa de oficiais poloneses foi promovida pela União Soviética entre abril e maio de 1940.
De acordo com especialistas, há indícios de que o estandarte tenha sido enterrado intencionalmente para evitar que fosse capturado como troféu de guerra pelas tropas invasoras. A descoberta oferece aos historiadores uma ligação direta com os primeiros dias da Segunda Guerra Mundial e com o trágico destino do Exército polonês naquele período.
O grupo responsável pela descoberta, chamado de "caçadores de relíquias", já realizou outros achados históricos relevantes. Entre eles, pontas de lança da época romana, uma cabeça de machado de bronze com cerca de 3.000 anos e uma espada do início da Idade Média.
Agora, a águia e os demais artefatos passarão por processos de conservação. Em seguida, serão registrados oficialmente como patrimônio histórico e integrados ao acervo de história militar da Polônia.