SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A polícia australiana identificou um casal que morreu ao tentar conter um dos atiradores do ataque em Sydney, que deixou 16 mortos.
Boris, 69, e Sofia Gurman, 61, foram mortos baleados. Um vídeo gravado por uma câmera veicular mostra quando o homem arranca a arma do suspeito e os dois caem no chão atrás de um carro. A mulher, por sua vez, aparece ao lado tentando ajudar o marido.
Moradora que gravou a situação relatou que Boris não hesitou em lutar contra o criminoso. "Um senhor idoso à beira da estrada não fugiu -em vez disso, avançou diretamente em direção ao perigo, usando toda a sua força para tentar desarmar o suspeito e lutando até a morte", disse Jenny à Reuters.
A mulher viu depois que o casal não havia sobrevivido. "Pelas imagens da minha câmera, vi que o idoso acabou sendo baleado e desmaiou. Aquele momento partiu meu coração", acrescentou ela.
Boris e Sofia estavam casados há 34 anos. Em uma publicação de vaquinha virtual, amigos da família disseram que eles se preparavam para comemorar o aniversário de Sofia amanhã, além dos 35 anos de casamento em janeiro.
O casal morava em Bondi há muitos anos e amava o local. "Eram pessoas de profunda bondade, força silenciosa e cuidado inabalável com os outros. Devotados à família e um ao outro, sua ausência deixou um vazio que não pode ser preenchido", escreveram os conhecidos.
Para amigos, o ato de bravura que levou à morte deles "reflete exatamente quem eles eram". Pessoas próximas disseram ainda que, apesar de não diminuir a dor da perda, sentem "imenso orgulho da coragem e humanidade" que mostraram.
O ataque a tiros ocorreu durante uma celebração judaica no último domingo (14). O primeiro-ministro de Nova Gales do Sul, Chris Minns, afirma que o crime foi planejado para atingir a comunidade de judeus de Sydney.
Vídeo gravado por uma testemunha mostra dois homens armados. Nas imagens, eles aparecem vestindo camisas pretas e disparando tiros de uma ponte em um estacionamento na praia. É possível ainda perceber sirenes e gritos.
Os suspeitos foram identificados como Sajid Akram, 50, e Naveed Akram, 24 -que eram pai e filho. Sajid morreu no local após ser atingido pela polícia, enquanto o jovem segue estado grave no hospital por também ter sido baleado.
Ao menos 16 pessoas morreram e 40 ficaram feridas. Mais de 40 ambulâncias foram mobilizadas para a ocorrência e dois policiais estão entre os feridos.
Principal linha de investigação é de que ataque em Sydney foi terrorista e inspirado pelo Estado Islâmico. A polícia também informou que o veículo, registrado em nome do jovem, continha artefatos explosivos improvisados e duas bandeiras caseiras associadas à organização considerada terrorista pela Austrália e muitos outros países.