SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez nesta quarta-feira (17), um pronunciamento à nação na Casa Branca, em que atacou duramente o ex-presidente Joe Biden e destacou o que seriam as conquistas de seus primeiros onze meses de mandato. Trump não citou a Guerra da Ucrânia ou a tensão militar com a Venezuela em nenhum momento.
"Nosso país está de volta, mais forte do que nunca" foi a frase que encerrou e concluiu o discurso desta quarta. O republicano destacou que, sob sua tutela, os EUA têm as fronteiras "mais protegidas do que nunca" contra o que ele afirma ser uma invasão de imigrantes "que vieram de prisões". "Nos últimos sete meses, zero imigrantes ilegais foram autorizados a entrar no nosso país, um feito que todos disseram ser absolutamente impossível", afirmou.
Trump também atacou as medidas de Biden na imigração, e afirmou que seu governo é o que fez "mais mudanças positivas de todas as administrações na história" do país. "Herdamos a pior fronteira em qualquer lugar do mundo e rapidamente a transformamos na fronteira mais forte da história do nosso país."
Como esperado, o presidente ainda pontuou suas conquistas econômicas. "Minha palavra favorita: tarifas", disse Trump, ao afirmar que reduziu os preços que haviam aumentado sob Biden e promoveu uma melhora no mercado de trabalho. "100% dos empregos criados em meu governo foram da iniciativa privada", destacou. "Há mais pessoas trabalhando hoje do que em qualquer outro momento da história americana."
Ele defendeu que, ante a "invasão" de imigrantes, seu governo aumentou a empregabilidade de cidadãos americanos. Em cerca de 18 minutos de discurso, o republicano ainda falou sobre redução do preço de remédios, custos dos serviços de saúde. "Negociei diretamente com as empresas farmacêuticas para cortar os preços dos medicamentos em até 400%, 500% e até 600%."
Em resposta às críticas que tem recebido sobre o aumento de preços, o presidente afirmou: "Estou reduzindo esses preços altos e os reduzindo muito rapidamente." Suas políticas tarifárias criaram incerteza e elevaram preços neste primeiro ano de mandato. Uma pesquisa Reuters/Ipsos divulgada nesta terça apontou que apenas 33% dos adultos americanos aprovam a forma como o republicano lidou com a economia até então.
Trump ainda retomou sua fala de que resolveu guerras pelo mundo e disse que levou, "pela primeira vez em 3.000 anos, paz ao Oriente Médio." "Restaurei a força americana, resolvi oito guerras em dez meses, destruí a ameaça nuclear do Irã e encerrei a guerra em Gaza", disse ele.
Com isso, o presidente prometeu conceder um "dividendo de guerreiro" aos membros das Forças Armadas do país. "Vamos enviar US$ 1.776 para cada soldado", disse ele. "Os cheques já estão a caminho."
Mais cedo, ainda nesta quarta, o presidente já havia dado uma prévia do que diria: "A mensagem desta noite é: herdamos uma situação caótica, mas fizemos um ótimo trabalho e continuaremos fazendo. E nosso país ficará mais forte do que nunca". Ao anunciar o pronunciamento nas redes sociais, Trump também escreveu: "Foi um ano excelente para o nosso país, e O MELHOR AINDA ESTÁ POR VIR!".
O pronunciamento à nação foi feito na Sala de Recepção Diplomática da Casa Branca, e não no Salão Oval, como de costume em falas do tipo. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, tinha dito a repórteres que Trump também falaria sobre possíveis mudanças políticas para o próximo ano. A expectativa já era de que o republicano abordasse questões econômicas e políticas internas, uma vez que sua aprovação popular no tema caiu nas últimas pesquisas de opinião.
Para além disso, a comunidade internacional aguardava que o republicano falasse sobre a Venezuela, mas ele não o fez. Trump tem capitaneado uma escalada na tensão militar na região do Caribe. Ele acusa o ditador Nicolás Maduro de chefiar um cartel de narcotráfico, e o venezuelano afirma que os EUA querem derrubá-lo por terem interesse no petróleo do país.