BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) - A ex-presidente da Argentina Cristina Fernández de Kirchner, que está em prisão domiciliar, foi internada na tarde deste sábado (20), em Buenos Aires.

A peronista, de 72 anos, deixou sua casa, no bairro Constitución, pela primeira vez desde que foi presa. Ela foi transferida ao hospital Otamendi, após apresentar um quadro de dores abdominais e onde deve passar por uma cirurgia de emergência por apendicite.

Apoiadores de Cristina se reuniram em frente ao centro médico para demonstrar solidariedade, e a prefeita de Quilmes, Mayra Mendoza, visitou a ex-presidente.

Cristina enfrentou diferentes problemas de saúde nas últimas décadas. Em 2012, ela passou por uma operação para retirada da glândula tireoide menos de um mês depois de ela ter assumido seu segundo mandato.

Em 2013, ele teve que ser internado por um hematoma subdural crônico (um hematoma na cabeça), que exigiu cirurgia e descanso prolongado.

Em 2014, ela sofreu uma fratura no tornozelo esquerdo, que não trouxe sequelas permanentes. Em 2021, realizou uma cirurgia para tratar um pólipo uterino.

Nos últimos dias, Cristina participou de audiências virtuais do julgamento que envolve o chamado caso Cuadernos, em que ela está sendo acusada de corrupção em licitações de obras públicas, um caso diferente daquele pelo qual ela foi condenada.

As audiências acontecem duas vezes por semana, e recentemente, o juiz responsável pela execução da sua sentença limitou as visitas que ela pode receber em sua casa, permitindo apenas visitas de médicos, advogados e familiares.

Cristina foi condenada a seis anos de prisão em 11 de junho por corrupção no caso Vialidad, por corrupção na construção de rodovia, o que a impede de se candidatar a cargos públicos.

Desde a sua condenação, ela permaneceu em sua casa, cumprindo prisão domiciliar e só saiu devido à emergência médica.

Durante esse período, ela recebeu visitas de apoiadores e amigos, inclusive do presidente Lula, e conduziu suas atividades políticas a partir da residência através de mensagens em redes sociais e encontros com candidatos da coalizão Força Pátria.

Apesar da situação judicial, Cristina manteve uma intensa agenda política, recebendo líderes e ex-presidentes em sua casa e criticando a gestão de seu adversário político, o presidente da Argentina, Javier Milei.

A varanda de sua residência se tornou um ponto de encontro onde ela aparecia para interagir com seus apoiadores e monitorar os protestos.