SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Israel criticou, nesta quinta-feira (25), o grupo de 14 países que condenou a aprovação de novos assentamentos na Cisjordânia ocupada.

No último domingo (21), o gabinete de segurança israelense aprovou 19 assentamentos no território palestino, ocupado por Israel desde 1967. O ministro das Finanças israelense, o colono Bezalel Smotrich, afirmou que a medida pretende impedir a criação de um Estado palestino.

Reino Unido, Canadá, Alemanha, Bélgica, Dinamarca, França, Itália, Islândia, Irlanda, Japão, Malta, Holanda, Noruega e Espanha condenaram, na quarta-feira (24), a aprovação, afirmando que os assentamentos violam o direito internacional e correm o risco de alimentar a instabilidade na região.

"Apelamos a Israel para que reverta esta decisão, bem como a expansão dos assentamentos", diz a declaração conjunta dos 14 países.

"Relembramos que tais ações unilaterais, como parte de uma intensificação mais ampla das políticas de assentamento na Cisjordânia, não apenas violam o direito internacional, mas também correm o risco de alimentar a instabilidade", acrescentou o comunicado.

Em resposta, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, disse, nesta quinta, que "governos estrangeiros não restringirão o direito dos judeus de viver na terra de Israel, e qualquer apelo neste sentido é moralmente incorreto e discriminatório contra os judeus".

A Cisjordânia é um território palestino ocupado por Israel desde 1967, após a Guerra dos Seis Dias. A colonização prosseguiu durante todos os governos israelenses, de esquerda e direita, e aumentou de forma significativa sob a atual gestão de Binyamin Netanyahu, em particular desde o início da guerra em Gaza, desencadeada em 7 de outubro de 2023 pelo ataque terrorista do Hamas contra Israel.

Apenas nos últimos três anos, Israel autorizou 69 novos assentamentos, aumentando o total para 210 na região.

Mais de 500 mil israelenses vivem em colônias na Cisjordânia, onde moram cerca de 3 milhões de palestinos. Os assentamentos são considerados ilegais pelo direito internacional e pela ONU (Organização das Nações Unidas).

A expansão dos assentamentos foi uma promessa de campanha de Netanyahu, que lidera o governo mais à direita da história de Israel, com a participação de líderes nacionalistas.

Newsletter Lá Fora Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo *** Tensões escalaram em janeiro com a morte de dez palestinos em ação israelense contra integrantes do Jihad Islâmico e do Hamas. Isso levou a Autoridade Palestina a romper a cooperação em segurança, o que permitiu mais ataques.

Em resposta, o governo israelense ampliou ofensivas, demoliu casas de famílias de agressores e defendeu novas construções de assentamentos.