Ter receitas maiores que as despesas ? necess?rio para que se tenha uma reserva para imprevistos. Mas os imprevistos, segundo Fernando Agra, n?o precisam ser necessariamente negativos. Ele inclui neste segmento as oportunidades de compra. De acordo com o economista, quem tem uma reserva para essas situa?es pode aproveitar vantagens.
"Comprar ? vista ? sempre recomendado, porque voc? pode negociar melhor, obter descontos. N?o existe parcelamento sem juros. Quando se diz que um produto est? sendo vendido em dez vezes pelo pre?o de ? vista, n?o ? verdade. A loja est? sacrificando o pre?o da venda ? vista para lucrar com os juros, entrando assim no setor especulativo", explica, ressaltando que para quem compra ? vista o poder de barganha ? maior.
"O que o consumidor pode fazer ? calcular. Comparar o desconto para a compra ? vista com os juros da poupan?a. Se o desconto for um pouco maior j? vale a pena comprar ? vista", explica.
De acordo com o professor Fernando Agra, a primeira coisa que o devedor deve tentar fazer ? eliminar as d?vidas antes de fazer as novas. E a prioridade, neste caso, ? eliminar aquelas que possuem juros mais altos. Existe at? mesmo a possibilidade de se "trocar d?vidas". Um caso comum, por exemplo, ? o empr?stimo consignado, cujo desconto est? em folha. Essa modalidade possui juros menores, j? que os riscos de calote s?o praticamente inexistentes. Por isso vale a pena, na maioria dos casos, pagar a d?vida de um cheque especial ou de um cart?o de cr?dito, por exemplo, pegando um empr?stimo consignado. Embora o ideal seja eliminar a d?vida, para Agra, essa 'troca de juros' ? "menos ruim".
O Natal, hoje em dia, ? regido pelo com?rcio. Muita propaganda e promo?es acabam seduzindo o consumidor a comprar, principalmente nesta ?poca do ano. O economista faz um alerta a quem vai come?ar o ano sem d?vidas, por?m sem reservas.
"? importante ser cauteloso nas compras para n?o entrar em uma situa??o deficit?ria. Tentar controlar a receita e poupar compulsoriamente 10% dos ganhos. Ao inv?s de gastar 100% do que ganha, faz um esfor?o e tente gastar 90%", diz o economista que, no entanto, faz uma ressalva.
"A pessoa deve poupar logo que receber os recursos. Se primeiro efetuar as despesas para depois poupar o que sobrar, a possibilidade de n?o conseguir poupar ? muito maior", diz ele.
Em situa??o muito mais confort?vel est?o aqueles que v?o come?ar o ano com reservas financeiras. De acordo com Fernando Agra, eles n?o s?o necessariamente os que ganham mais, mas os que controlam melhor os seus gastos. Al?m de manter esse controle, o economista diz que, para quem consegue guardar dinheiro, est? na hora de aplicar. S?o v?rias as op?es, e a defini??o de qual tipo de aplica??o depende do perfil de cada um.
Para quem ? conservador - para quem n?o quer correr riscos, mesmo ganhando menos, Fernando Agra cita a caderneta de poupan?a. Ele considera essa a aplica??o mais cautelosa. Com juros de 0,6 ou 0,7% por m?s, a caderneta ? a que menos rende, mas ? mais segura. Isso porque, de acordo com Fernando Agra, existe um fundo que cobre perdas para quem tem aplica?es de at? R$ 20 mil, caso haja a quebra do banco, por exemplo.
Al?m disso, o dinheiro que est? na poupan?a ? isento de Imposto de Renda e pode at? n?o ter CPMF se ficar no banco por mais de 90 dias. Fernando Agra aconselha a poupan?a principalmente para o pequeno poupador, j? que n?o ? necess?rio nem ter conta em banco para fazer esse tipo de aplica??o.
Um pouco mais rent?veis que a poupan?a, mesmo ap?s a incid?ncia do Imposto de Renda e das taxas de administra??o, os fundos de renda fixa hoje podem ser feitos por quem tem cerca de R$ 100 para aplicar. Fernando Agra ressalta, no entanto, que quanto maior o valor inicial de uma aplica??o, menor ser? a taxa administrativa, cobrada percentualmente sobre o rendimento. Para quem tem R$ 2.000, por exemplo, seria mais vantajoso aplicar em um fundo de valor inicial mais alto, j? que a taxa de administra??o seria menor.
Para quem optar por um fundo de renda fixa - para estes v?o algumas dicas importantes do que deve ser observado antes de fechar o neg?cio: ? importante verificar o valor m?nimo, qual o m?nimo que pode ser sacado, se existe alguma car?ncia para efetuar o resgate e qual a taxa de administra??o. De acordo com Fernando Agra, os sites dos bancos e mesmos os gerentes podem ajudar nessa escolha.
Para os aplicadores mais ousados - para aqueles que buscam maiores rendimentos, tolerando riscos maiores, existe a op??o de aplicar em renda vari?vel. ? o mercado de a?es na bolsa de valores. Hoje em dia, segundo Fernando Agra, com R$ 50 j? ? poss?vel aplicar. No entanto, ? uma aplica??o mais arriscada, principalmente se a pessoa estiver buscando resultados de curto prazo.
"Eu s? aconselho apostar na renda fixa com o dinheiro que voc? n?o vai precisar nos pr?ximos cinco anos. Em um longo prazo ? vantajoso, mas se for visto em curto prazo, pode significar perdas", diz o economista, que faz uma ressalva muito importante para todos os tipos de aplicador:
"Diversifique. N?o aposte tudo na poupan?a ou na renda fixa. Um aplicador mais conservador pode colocar mais dinheiro na poupan?a ou na renda fixa, mas pode apostar uma pequena parcela na renda vari?vel. O mais ousado coloca a maior parte na renda vari?vel, mas deixa um pouco na renda fixa. Eu costumo sempre dizer: n?o concentre todos os ovos em uma mesma cesta".
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