Decis?o da Bol?via de nacionalizar produ??o de g?s natural e petr?leo ainda n?o afeta consumidor, mas aumentos s?o poss?veis
Marcelo Miranda
Rep?rter
02/05/06
Apesar da Bol?via ter surpreendido diversos pa?ses do mundo com a decis?o de
nacionalizar a produ??o e fornecimento de petr?leo e g?s natural, atrav?s de
decreto do presidente Evo Morales, o consumidor pode ficar tranq?ilo, ao
menos por enquanto. ? o que dizem donos e representantes de postos em Juiz
de Fora, que acham cedo demais para emitir ju?zos de valor ou defini?es
sobre os rumos desse tipo de energia a partir de agora.
Segundo o decreto de Morales, a Bol?via passou a deter, desde o dia 1? de maio, todo o controle sobre produ??o, transporte, refino, distribui??o, comercializa??o e industrializa??o de hidrocarbonetos, afetando diretamente empresas que investiam nessa ?rea no pa?s - em especial a estatal brasileira Petrobras, a maior exploradora de combut?vel no territ?rio boliviano. Al?m dessa transfer?ncia de atividades (as empresas ter?o 180 dias para se adequar ? medida), o governo estipulou que os lucros advindos da explora??o no pa?s com o petr?leo e g?s dever?o ser repartidos, sendo 82% ao Estado e 18% ? empresa. Em tese, poderia acarretar aumentos diretamente no pre?o dos combust?veis vendidos em postos nacionais.
Ao menos por ora, isso ? algo que n?o deve acontecer. Em r?pida entrevista, o diretor regional da Minaspetro (sindicato de postos de gasolina), Carlos Alberto Jacometi, afirmou que "ainda n?o ? poss?vel fazer uma avalia??o sobre o assunto" e que ? preciso "aguardar os desdobramentos da decis?o boliviana". Ele disse que, por enquanto, n?o existe nenhuma medida da entidade quanto ? quest?o.
C?lio Jos? Ribeiro, gerente de um posto na cidade que fornece abastecimento de g?s natural, tamb?m evitou comentar o tema, mas acredita que o governo da Bol?via n?o vai manter o decreto de nacionaliza??o. "Se eles continuarem com isso, as empresas grandes v?o sair de l? e parar de investir", diz. Quando ? Petrobras, C?lio acha que esse "aperto" pode fazer com que ela se preocupe mais com a produ??o de g?s no Brasil.
"Se houvesse uma preocupa??o real com o g?s que n?s mesmos produzimos, n?o ter?amos essa dor de cabe?a de depender de outro pa?s e agora passar por esse aborrecimento. N?o existe uma pol?tica s?ria de incentivo ao g?s por aqui, ent?o situa?es como essa saem do controle". Sobre a quest?o de pre?os, C?lio, que vende g?s importado da Bol?via, conta ainda n?o ter par?metros para afirmar com toda a certeza o que pode acontecer, por a cadeia que permite a chegada do produto ao consumidor ser muito complexa, mas n?o descarta a possibilidade de aumentos tanto no g?s quanto na gasolina. "Se a coisa ficar complicada na produ??o, claro que haver? repasse das distribuidoras".
O Brasil importa diariamente da Bol?via aproximadamente 25 milh?es de metros c?bicos de g?s natural, muito disso da Bol?via, onde o Brasil tem injetados mais de U$ 1,5 bilh?o. Internamente, a produ??o ? de 70 milh?es de metros c?bicos di?rios. O consumo por dia ? de 42 milh?es de metros c?bicos, sendo 26 milh?es apenas do que v?m da Bol?via.
As a?es da Petrobras se mantiveram est?veis durante esta ter?a-feira, e especialistas recomendaram que acionistas aguardem novidades e decis?es do governo brasileiro antes de mexerem em seus investimentos.
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