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:::25/07/2006
Dado os aumentos obtidos nas contas mensais de energia el?trica (aumento concedido pela Ag?ncia Nacional de Energia El?trica - Aneel em abril) e de transporte urbano em Juiz de Fora (aumento em fevereiro), pretende-se analisar o impacto destes na renda do consumidor.
As tarifas da Cemig, que atendem 6,024 milh?es de unidades consumidoras em 775 munic?pios de Minas Gerais, ficaram 5,16% mais caras para os consumidores residenciais e 11,31% para as ind?strias. Com rela??o ao transporte urbano, a passagem que custava R$1,30, est? custando desde fevereiro, R$1,55, um reajuste de 19,23%.
A tarifa de energia el?trica ? um dos principais respons?veis pela infla??o dos ?ltimos anos, tanto no segmento industrial, comercial quanto para o consumidor. De 1995 at? 2004, de acordo com a Aneel, teve um reajuste de 254,59% (um aumento real de 84% acima da infla??o).
J? o gasto com transportes* representa a terceira maior despesa dos brasileiros, como mostra a Pesquisa de Or?amentos Familiares (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat?stica (IBGE) de 2002-2003. Nas cidades, este gasto corresponde a 15% da renda, perdendo apenas de habita??o (30%) e alimenta??o (16%), ? frente dos gastos com vestu?rio (5%), assist?ncia ? sa?de (5%), educa??o (4%) e recrea??o e cultura (2%). Com rela??o ao transporte urbano, pode-se afirmar que, quanto mais pobre ? a fam?lia, maior ? o gasto mensal com essa despesa. Ou seja, a redu??o das tarifas do transporte p?blico distribui renda ao permitir que a popula??o de baixa renda invista seu dinheiro em outros servi?os, tais como alimenta??o ou educa??o.
Como os gastos do consumidor m?dio de Juiz de Fora s?o, em grande parte, com consumo de servi?os, espera-se haver uma redu??o no consumo destes mencionados acima, j? que o aumento dado no sal?rio m?nimo (16,67% de aumento para vigorar a partir de abril) foi bem abaixo do aumento nos dois servi?os citados acima. Se 50% dos juizforanos dependem do transporte p?blico para poder trabalhar, e 12% para poder ir ? escola, de acordo com a Astransp, poder? haver uma redu??o significativa do n?mero de usu?rios de ?nibus, ou seja, haver? uma mudan?a de h?bito de parcela da sociedade, aumentando o percentual atual de 35% de pedestres em Juiz de Fora.
Com um aumento nos seus custos mensais na ordem de 24,39% (transporte urbano e energia el?trica), fizemos algumas simula?es:
Renda Familiar |
R$ 1.400 (4 sal?rios m?nimos) |
R$ 1.050 (3 sal?rios m?nimos) |
R$ 700 (2 sal?rios m?nimos) |
Transporte Urbano sem o aumento (considerando-se duas passagens/pessoa/dia) | R$ 208 | R$ 208 | R$ 208 |
Energia El?trica (considerando-se 4% da renda) sem o aumento | R$ 56 | R$ 42 | R$ 28 |
Total (Renda familiar menos transporte e energia el?trica | R$ 1136 | R$ 800 | R$ 464 |
Transporte Urbano com o aumento | R$ 248 | R$ 248 | R$ 248 |
Energia El?trica com o aumento | R$ 58,88 | R$ 44,17 | R$ 29,50 |
Total (Renda familiar menos transporte e energia el?trica) | R$ 1.093,12 | R$ 753,83 | R$ 422,50 |
Aumento nos custos | R$ 42,88 | R$ 42,17 | R$ 41,5 |
Impacto Custo/renda familiar | 3,06% | 4,01% | 5,93% |
* Nessa conta, o IBGE considera o transporte urbano (?nibus, t?xi, metr?, trem, barca e transporte alternativo), gasolina e ?lcool para ve?culo pr?prio, manuten??o de ve?culo pr?prio, aquisi??o de ve?culos, despesas com viagens (avi?o, ?nibus, etc.) e outros (estacionamento, ped?gio, acess?rios para ve?culos e seguro obrigat?rio).
M?rcia Medeiros Mota ? mestre
em Economia Aplicada pela UFV
graduada
em Ci?ncias Econ?micas pela UFJF
Sobre quais temas (da ?rea de economia) voc? quer ler novos artigos nesta se??o? A economista M?rcia Medeiros aguarda suas sugest?es no e-mail negocios_economia@acessa.com.
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