O valor da água e o trânsito em Juiz de Fora
Quem transitou (praticamente todos que precisam passar pelo Centro da cidade e adjacências) desde as primeiras horas da tarde pela imediações do Mergulhão na avenida Rio Branco nesta quarta-feira (2 de junho) ficou num congestionamento jamais visto na cidade. A quebra de uma tubulação inundou o Mergulhão e provocou um caos no trânsito. Além desse problema, algumas áreas da cidade ficaram sem água durante a resolução desse problema. Assim, há males que vêm para bem. Ficar um dia sem água potável é um transtorno e aí eu pergunto: o que você, caro leitor, tem feito para utilizar racionalmente a água? Você tem utilizado com parcimônia ou é mais um ser humano que desperdiça esse recurso natural? Com relação ao trânsito na cidade: o que a Prefeitura tem feito para melhorar o mesmo? Ou a mesma só tem se preocupado em arrecadar tributos? Gastei mais de uma hora para cruzar da avenida Independência até a rua Benjamin Constant ainda durante à tarde. A priori pensei que havia acontecido um terrível acidente com várias vítimas fatais. Mas depois fiquei mais tranquilo (se é que se pode ficar tranquilo parado no trânsito!) quando soube que o problema não envolvia a perda de vidas humanas.
Por diversas vezes desliguei o motor do carro e aproveitei o tempo para fazer alongamentos e meditar por alguns segundos. Isso causou estranheza nos veículos ao meu lado. E aí comecei a raciocinar duas questões: a primeira é relativa à dependência que Juiz de Fora tem da Rio Branco. Quando a mesma para, o Centro da cidade também para. Espero que a Prefeitura reflita nisso e a Secretaria responsável reveja as obras de infraestrutura que a cidade precisa. Um viaduto no cruzamento das avenidas Independências e Rio Branco melhoraria o fluxo de veículos na região central, entre outras melhoria que a cidade tanto necessita.
Espero que a Prefeitura não se preocupe somente em arrecadar com o IPTU (que está entre os mais caros do Brasil) e com a Área Azul. Especificamente com relação a esta última, fiquei surpreso quando soube que querem criar até a cobrança nessas áreas no horário noturno, bem como imaginei como devem ter ficado aqueles indivíduos desocupados que costumam nos extorquir quando estacionamos nossos veículos na rua. Espero que a Prefeitura também volte sua atenção para a questão do trânsito na cidade.
E mais um lembrete: fico impressionado com a quantidade de buracos nas ruas. Lembro-me quando me mudei para Juiz de Fora há alguns poucos anos, quando abria-se uma cratera numa rua, de imediato percebia as obras para recuperação da mesma. Para onde vai o nosso dinheiro que pagamos através dos impostos?
Outra questão que eu refletia durante o tempo em que fiquei parado no trânsito é com relação ao usufruto racional da água. Infelizmente há pessoas que: levam quase uma hora para tomar banho (desperdiçam água e energia elétrica, além de fazer mal para própria pele, quando os banhos são bem quentes); varrem ruas com mangueiras, quando poderiam usar vassouras e nos dias mais empoeirados despejar um balde de água somente; ao fazerem barba e escovarem os dentes deixam as torneiras ligadas torrencialmente; enfim, faltariam linhas (tem hora que canso desse bordão) para enumerar a lista de desperdícios de água.
No dia seguinte ao problema supracitado, os veículos de comunicação da cidade pediam à população para economizar água. O porteiro do prédio que moro interfonou logo cedo (acho que ele esqueceu que era feriado!) para nos alertar sobre a possibilidade de faltar água. E aí levanto mais uma questão: caro leitor, pare um pouco a leitura desse artigo e reflita, como será um dia de sua vida sem água potável. Imagine uma semana sem água...agora você pode finalizar a leitura desse texto.
Enfim, como disse no início, há males que vêm para bem. Que o poder público repense a questão do trânsito na cidade e que a população reflita nos hábitos para usufruto racional dos recursos naturais, especificamente da água.
Fernando Antônio Agra é Economista pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Doutor em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e professor universitário das faculdades Vianna Júnior, Estácio de Sá, Universo e do Fundação Educacional Machado Sobrinho, sendo todas a instituições em Juiz de Fora - MG.
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