Juiz de Fora registra recorde em vendas de automóveisRedução do IPI foi a grande responsável pelo movimento
nas concessionárias no mês de junho

Marinella Souza
Repórter
2/7/2009

Segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) foram vendidas 289.792 veículos no mês de junho no Brasil, número que bateu o recorde de vendas anterior, que havia sido de 272.964 no mês de julho de 2008. Juiz de Fora segue o mesmo caminho.

Segundo a gerente de negócios de uma revendedora da cidade, Neuza Cristina Bordonal, somente em junho de 2009 foram emplacadas 1.046 unidades automotoras na cidade. Ainda de acordo com Neuza, o número normal de emplacamentos varia de 500 a 800 por mês.

A gerente atribui esse aumento à redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que provocou uma queda significativa nos preços dos veículos. "Para se ter uma ideia, até a redução o mês em que aconteceu o maior número de vendas havia sido março, com 149 emplacamentos", compara.

O economista Geraldo Lopes afirma que a hora é mesmo boa para as compras desses produtos, mas é preciso ter cautela. "Deve-se ter cuidado com os prazos. O que está acontecendo é que as pessoas só estão vendo o juros hoje, não pensam a longo prazo". Para Lopes, fazer prestações muito longas pode ser um grande risco. "E se nesse período o país passa por uma nova recessão e os juros vão lá em cima novamente?" - pondera.

Foto de carro suspenso por máquinaAo que tudo indica, o consumidor não está realmente preocupado com essas questões, só na concessionária em que Neuza trabalha, foram vendidas 113 unidades no mês de junho. Esse número corresponde a um aumento de 30% nas vendas em relação ao mês de maio.

Com a prorrogação do prazo da redução do IPI a expectativa é que a festa das revendedoras se estenda para os próximos meses. Pelo menos, essa é a esperança de Neuza. "Vai continuar tudo indo bem, se Deus quiser!"

Mas o que é o IPI?

Toda hora os veículos de comunicação e as propagandas falam em redução de IPI, mas pouco se sabe sobre esse imposto. O portal ACESSA.com conversou com o economista Sílvio de Almeida Magalhães para tentar entender o que esse imposto siginifica.

De acordo com Magalhães, trata-se de um instrumento de política pública que serve para cobrir os rombos das contas do Governo ou para investimentos sociais como melhoria das estradas, construção de hospitais, melhoria de salários etc.

"Esse imposto pode ser alterado para cima ou para baixo de acordo com os interesses do Governo. Se é preciso aquecer a economia, estimula-se o consumo reduzindo as taxas, como está acontecendo agora.", explica.

Embora a sociedade esteja comemorando esse fato, Magalhães faz uma crítica. "Se o Governo Federal escolhe carro, escolhe os produtos da lista branca (geladeira, microondas etc.) por que não pode escolher a cesta básica?" - dispara.


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