Comércio da Zona da Mata é o que mais cresce no Estado

Somente em Juiz de Fora, são mais de 7.400 empreendedores individuais. Os dados foram divulgados a partir de pesquisa desenvolvida pelo Sebrae

Nathália Carvalho
Repórter
12/12/2012
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As micro e pequenas empresas (MPE) da região da Zona da Mata mineira registraram o melhor desempenho do Estado no terceiro trimestre deste ano, com um faturamento estimado em R$ 168,7 mil, resultado maior que a média de Minas Gerais, que não chegou aos R$ 70 mil.

Somente em Juiz de Fora, maior cidade da região, os números demonstram que são mais de 7.400 empreendedores individuais cadastrados apenas em 2012. Os dados foram divulgados na última segunda-feira, 11 de dezembro, com base em uma pesquisa de desempenho das MPE, realizada pelo Sebrae/MG, com 640 empresários dos setores de comércio, serviços, construção civil e indústria de Minas.

Para o gerente regional do Sebrae, João Roberto Lobo, esses números demonstram um crescimento significativo do setor comercial em toda região, impulsionado, em grande parte, por Juiz de Fora. "A cidade tem um peso grande nos resultados, diferente de outras regiões do Estado em que a distribuição é feita por diversos municípios", diz. Com relação aos empreendedores, Lobo destaca que os números demonstram uma oferta cada vez maior de setores do comércio, como alimentação fora do lar, ramo de beleza e confecção.

O gerente explica que, nos dois trimestres anteriores, os resultados demonstravam que as empresas do setor de serviço vinham crescendo, acompanhadas pelos outros grupos. Contudo, neste último levantamento, o comércio, principalmente indústria e construção, demonstrou maiores preocupações de investimentos. "A pesquisa nos leva a crer na existência de um otimismo dos empresários, ressaltada pela boa expectativa de crescimento no setor comercial neste final de ano. Tivemos uma demanda muito grande de desenvolvimento de layouts e merchandisings, o que sugere maior atração de consumidores."

Maiores faturamentos

Ainda de acordo com o estudo, o setor industrial foi o que mais faturou no terceiro trimestre, seguido pela construção civil. De acordo com informações do Sebrae, um dos fatores que podem ter influenciado esse resultado seriam as políticas de incentivos como, por exemplo, a desoneração tributária. Em contrapartida, o setor de serviços apresentou o pior desempenho no estado, chegando aos R$ 31,3 mil em faturamento.

Os empresários da Zona da Mata também tiveram mais funcionários, sendo em média oito por empresa, o que corresponde ao dobro da média estadual. "Isso sugere que os micro e pequenos empresários estão contratando mais, de forma surpreendente. É uma vantagem para o setor, e a expectativa é de que o quarto trimestre seja ainda melhor." Além disso, o valor médio de investimento em cursos de capacitação também foi o maior no estado: cerca de R$ 350 por funcionário.

Tais fatores podem ter impactado diretamente o aumento médio do custo total por empresa (R$ 129 mil), nas despesas com pessoal (R$ 31 mil) e no gasto com impostos (R$ 12,7 mil). Apesar de terem gastado mais, os empresários da região também lucraram mais, cerca de R$ 43 mil de julho a setembro deste ano. Novamente, o resultado foi acima da média estadual, R$ 23,4 mil.

Os textos são revisados por Juliana França

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