O t?tulo da obra aparece em um dos poemas de Terra al?m e j? remete ? vontade de o poeta romper um limite pessoal. Al?m da musicalidade, os voc?bulos soleira e s?culo representam um ritual de passagem de espa?o e tempo - o livro foi concebido para ser publicado na virada do s?culo. "Soleira ? s?mbolo de passagem, significa o ch?o das portas, o caminho de tr?nsito. O novo s?culo pessoal, de novos livros e elementos que ecoam por tr?s do t?tulo". O livro ? composto por seis t?tulos, cinco in?ditos e um - Mirante - j? publicado em edi??o artesanal na d?cada de 80.
Mirante j? representa uma provoca??o. "Eu nunca havia escrito, publicado um poema dentro da m?trica cl?ssica tradicional", confessa. A dic??o classiscizante dessa colet?nea ? intencional. O t?tulo re?ne uma s?rie de poemas de resgate biogr?fico e medita??o metaf?sica.
J? a colet?nea A po?tica do escasso, t?tulo que remete ? obra de Bachelar, Po?tica do Espa?o, representa um acerto de contas pessoal do poeta com a tradi??o intelectual que o formou como leitor. Os poemas t?m estrutura cl?ssica com um toque de humor e sarcasmo muito grande. S?o textos voltados para intelectuais como S?crates, Nietsche e o pr?prio Bachelar e poemas que servem de tributo a outros poetas como Cruz e Souza, Jo?o Cabral de Mello Neto e aos conterr?neos Edmilson, Fernando Fiorese e Pedro Nava.
Toda gente dialoga com outros dois livros do poeta, Pedra Minas e Memorable. O t?tulo ? um resgate de falas e personagens ?s vezes ficcionais que povoaram a inf?ncia do eu-l?rico - e do pr?prio Iacyr - no interior de Minas Gerais.
A colet?nea Exerc?cio estrangeiro junto com A po?tica do escasso e Toda gente tamb?m trata da recupera??o do discurso do outro, geralmente em primeira pessoa. "Enquanto Toda gente mostra um horizonte afetivo de um falar coloquial, A po?tica do escasso, pelo pr?prio di?logo dos 'eus' ? um texto de debate intelectual", explica o poeta. J? Exerc?cio estrangeiro faz uma ponte clara entre esses dois t?tulos, representando a vontade de ser um estrangeiro e de falar dentro do corpo de outro. O t?tulo representa a ponte da obra atual com os livros publicados por Iacyr por ser semelhante a estes.
A partir da?, os t?tulos j? se mostram mais familiares ?s publica?es anteriores, boa parte deles escritos nessa mesma ?poca como por exemplo Terra al?m. A colet?nea busca a transcend?ncia, trata a problematiza??o da morte como rito de passagem - eco que surge em quase todos os poemas", define Iacyr. O ocaso de junho tamb?m dialoga com os livros anteriores na busca do horizonte do imagin?rio. No t?tulo, o poeta traz ? tona a multiplicidade da vida e a limita??o da linguagem para verbalizar a celebra??o poliss?mica do mist?rio do mundo.
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