Josy Visonar Diretora do curta-metragem Sofia, com lan?amento em
fevereiro, fala sobre seus trabalhos no cinema

S?lvia Zoche
Rep?rter
06/02/2006

Veja a anima??o para o clipe de Tom Z?, "A volta do Trem das Onze", que ganhou o segundo lugar, com participa??o de Josy Visonar e mais dois amigos.



Desde que se entende por gente, Josy Visonar (foto ao lado, com Cacinho) j? sentia o dom da arte correndo em suas veias. Nascida em An?polis (GO), ela veio para Juiz de Fora com 14 anos. Hoje, aos 24, conta que o gosto pela leitura e escrita emanavam com facilidade. A fam?lia teve e ainda tem um papel importante. "Sempre fomos muito ao teatro, a exposi?es e uma pessoa fundamental, que despertou a vontade de seguir os trilhos da arte foi o tio Dion?sio. Ele era palha?o de circo e se virava", conta.

Aos 17 anos, foi pra Londres e viu de perto v?rias obras e uma delas a emocionou profundamente. "A exposi??o de Salvador Dali foi especial. Fiquei l? por cinco horas e chorei o tempo inteiro", lembra. Josy percebeu que as artes estavam em suas veias e precisava extravasar.

"Fui em busca de um ve?culo para me expressar e experimentei de tudo. Fiz curso de design, fui pra S?o Paulo fazer fotografia, acabei nas Artes Pl?sticas. At? que tive uma oportunidade extraordin?ria de tranfer?ncia para C?rdoba". Foram dois momentos diferentes: no Brasil, ela teve aulas com a vis?o p?s-modernista e na Argentina, o ensino cl?ssico das Artes.

No in?cio de 2005, ela voltou ao Brasil, especificamente para Juiz de Fora e resolveu cursar a faculdade de Cinema, TV e M?dia Digital. "Descobri o curso e vi que os professores s?o os melhores da regi?o", enfatiza.

Cenas de "Alberico" Cenas de "Alberico"

Sua primeira produ??o foi um trabalho pra faculdade, em conjunto com amigos, em que Josy ficou respons?vel pela dire??o de fotografia. "Foi uma anima??o, em stop motion, intitulada Alberico Procura. A constru??o do cen?rio demorou uns tr?s meses pra ficar pronto, n?o ? Cacinho?", pergunta ao amigo, que confirma. O filme surpreendeu a todos e foi selecionado, inclusive, para participar do Festival Primeiro Plano de 2005.

"A volta do Trem das Onze" "A volta do Trem das Onze"

Em seguida, os tr?s amigos - Cacinho, Josy e Raul - ficaram sabendo de um concurso universit?rio nacional, com mais de 30 concorrentes. O objetivo era produzir um clipe para o cantor Tom Z?. Dessa vez, "fizemos para a m?sica A volta do Trem das Onze e aproveitamos o cen?rio de Alberico", conta. Resultado: 2? lugar no concurso. "O que deixou a gente mais feliz ? que, al?m de ter a participa??o de universidades de renome no cinema, como USP e UNB, o Tom Z? fez parte da banca", orgulha-se.

O curta, Sofia
No segundo semestre de 2005, Josy quis dirigir um curta-metragem, mas n?o poderia ser pela faculdade, porque o projeto exigia mais de tr?s meses de trabalho. Seu desejo era transformar a hist?ria, que escreveu aos 15 anos, em roteiro para cinema. Surgiu, ent?o, Sofia. "Produ??o independente n?o ? f?cil, mas foi um projeto que todos estavam a fim de fazer. Foram quase sete meses para concluir. Foi uma equipe em que todos sabiam o que precisavam fazer. Eu trasmiti o conceito do trabalho e o que eu queria ? que as pessoas fizessem parte do processo criativo, que discutissem, trouxessem id?ias", comenta.

Josy conta que ficou surpresa com ela mesma. "Achei que fosse ficar ansiosa, insegura, mas n?o". A m?e de Josy, que tamb?m ajudou no projeto, brinca e diz que ela foi diretora e ditadora. "? que decis?es precisavam ser tomadas, a equipe tinha que ser coordenada e esse foi o meu papel", diz.

Na constru??o de Sofia, Josy escolheu Alessandro Corr?a para editor. "Entreguei o projeto a ele e disse que o queria no filme". Outro nome que cita, ? o de Laila Soares, a figurinista e do maquiador. "O trabalho deles foi impec?vel". A sincroniza??o de ?udio ficou por conta de Adauto, que para Josy foi imprescind?vel para um excelente resultado.

Dois nomes que ela n?o deixa de citar s?o dos atores: Lia que, na verdade, ? dan?arina e estudante de Letras; e Diogo Albino, que ? m?dico. "Ela foi demais, porque se envovlveu profundamente no filme. Inclusive, deixou a gente cortar e pintar o cabelo, al?m das tardes intermin?veis de estudo do texto. O Diogo tamb?m foi ?timo. Ele ? um amigo que pensou que nem apareceria tanto no filme. Quando viu que estava em praticamente todas as cenas, assustou. Mas foi at? o fim com a gente", conta.

Foram mais de duas tardes que resultaram em quase quatro minutos de curta-metragem. "Na verdade, s?o seis meses e meio de trabalho para quase quatro minutos. Estou completamente satisfeita", diz Josy. Se ela tem receio do que as pessoas v?o achar? "A responsabilidade ? grande, mas depois de Sofia me sinto mais segura.


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