RIO DE JANEIRO, RJ (UOL-FOLHAPRESS) - Nos próximos três jogos pelo Brasileiro, três dos quatro principais perseguidores. Na perspectiva do Palmeiras, o campeonato a partir de agora é quase um quadrangular. Em ordem, o time de Abel Ferreira vai enfrentar Corinthians, Flamengo e Fluminense. Sair ileso desses três confrontos significa ampliar ainda mais a diferença na liderança da Série A e dar passos consistentes rumo ao título. Em tese, os adversários mais difíceis terão ficado para trás.

A conclusão da 21ª rodada do Brasileiro teve um Palmeiras em voo de cruzeiro, mesmo poupando esforços para enfrentar o Atlético-MG, quarta-feira, pela Libertadores. Em relação ao Corinthians, inclusive, a distância até aumentou para seis pontos, já que o rival empatou com o Avaí. Fluminense e Flamengo fizeram o dever de casa, derrotando Cuiabá e São Paulo, respectivamente. O Athletico segue no radar por ter mantido lugar no G4, após uma vitória espetacular sobre o Atlético-MG e uma atuação de gala de Vitor Roque.

Ainda que dê tudo errado para o Palmeiras nos próximos três jogos, o time tem uma margem de erro que o permite se manter na briga, independentemente dos resultados que vierem.

A lista de principais perseguidores ao Palmeiras, inclusive, reduziu, na comparação com a virada do turno, duas rodadas atrás. A distância em relação ao Flamengo após a primeira metade do campeonato era de nove pontos -o rubro-negro estava empatado com o sétimo colocado Internacional. No momento, os mesmos nove pontos separam o Fla do Palmeiras. Mas o time de Dorival subiu para a quinta posição, já que o Atlético-MG e o próprio Inter perderam força na perseguição -até por terem se enfrentado nesse período.

O ponto é: o campeonato está afunilando e por isso uma derrapada de qualquer um dos concorrentes do Palmeiras pode ser definitiva. Por outro lado, Corinthians, Flamengo e Fluminense podem formar uma coalizão em nome de interesses mútuos. O bilhete que Abel Ferreira manda aos rivais é que o Palmeiras é um candidato muito consistente -o português já conquistou a América duas vezes, mas está atrás do primeiro Brasileirão.

A vitória do Palmeiras sobre o Goiás teve dois golaços, de Mayke e Atuesta, e o reencontro de Raphael Veiga com o gol ? de pênalti, inclusive. Bom para afastar a desconfiança depois de erros em cobranças recentes, como no clássico com o São Paulo que resultou na eliminação da Copa do Brasil.

Sobre a marcação da penalidade, em si, um lance de bola na mão que vai ao encontro do que tem sido instruído aos árbitros brasileiros. O UOL Esporte acompanhou uma das palestras de instrução aos árbitros na semana passada. No lance em questão, o braço de Caetano estava colocado para trás, mas quando ele se virou para tentar impedir o cruzamento de Wesley, houve ampliação da área do corpo. A penalidade foi marcada com intervenção do VAR.

QUEM VEM EMBALANDO

Entre os concorrentes do Palmeiras, o Corinthians vem de uma semana complicada. Perdeu em casa para o Flamengo na Libertadores, derrapou em Florianópolis diante do Avaí e terá na terça-feira o jogo de volta contra o time carioca. Se for eliminado, como será o ânimo para enfrentar o rival no sábado? A classificação é improvável, após a derrota por 2 a 0 na NeoQuímica Arena. Sobre o tropeço no Brasileiro, o uso de jogadores reservas pode amenizar o tom das críticas, mas o fato é que o time de Vitor Pereira não tem sido brilhante.

O Fluminense de Fernando Diniz não aparecia entre os favoritos no início do campeonato, assim como o próprio Corinthians, mas os gols de Cano compõem um elemento crucial para sustentar o time nas primeiras posições. Foi assim que o Flu venceu o Cuiabá, ontem (7). O argentino tem 13 gols.

O Flamengo está em franca ascensão. São cinco vitórias seguidas no Brasileirão. O trabalho de Dorival Júnior é consistente. O elenco tem muitas opções e o resultado vem mesmo quando os titulares passam a maior parte do tempo no banco ou nem sequer entram. Gabigol foi lançado no segundo tempo e confirmou a vitória.

Depois da vitória sobre o São Paulo, Rogério Ceni, que em 2020 foi campeão pelo próprio Fla, até ressaltou as substituições que o rubro-negro fez ao longo do jogo. Inicialmente, a escalação já tinha nomes do quilate de Vidal, Everton Cebolinha e Marinho. Para controlar a pressão do tricolor, o Fla recorreu aos craques.

"Não colocamos Everton Ribeiro e Arrascaeta no final, colocamos garotos. Competindo de igual para igual, foi um jogo bem parelho", disse o treinador são-paulino, referindo-se ao fato de que o segundo gol do Fla saiu no último lance, em um contra-ataque.

Na perseguição ao líder, a desvantagem do Fla em relação ao Palmeiras é fruto, em muito, de um começo instável sob o comando de Paulo Sousa. O Flamengo só vai alcançar o Palmeiras após a maratona do líder se o time de Abel perder todos os três jogos e o Fla vencer os seus - além do confronto direto com os paulistas, a sequência rubro-negra tem também Athletico e Botafogo.

VITOR ROQUE

O jogo mais emocionante da rodada calhou de ser no Mineirão. Os times mesclados de Atlético-MG e Athletico fizeram um primeiro tempo morno, mas a temperatura subiu na etapa final. Ataque e contra-ataque. Ação e reação. Com os lados em choque, o nome do jogo foi Vitor Roque.

Ex-cruzeirense de 17 anos, ele parecia estar em casa. Fez dois gols e comandou a virada, que se concretizou aos 50 minutos do segundo tempo. Roque é a maior contratação da história do Athletico: custou R$ 24 milhões. A cada atuação desse porte, parece mais barato.

O Atlético-MG não conseguiu sustentar a vantagem por duas vezes. A volta para o segundo tempo foi um desastre: levou gol com menos de um minuto. Depois, embora tenha jogado melhor na comparação com o primeiro tempo, ficou à frente do placar com Pavón, mas levou outro gol após menos de dois minutos.

A virada que o Athletico conseguiu, inclusive, fez lembrar o fato de que o Galo abriu 2 a 0 diante do Palmeiras, na Libertadores, mas levou o empate. O time agora treinado por Cuca tem cinco jogos sem vencer, três deles sob o comando do sucessor de Turco Mohamed.

Só que a reorganização do time de Vojvoda com um jogador a menos foi uma armadilha para o Internacional. No Castelão em êxtase, uma vitória por 3 a 0. Teve golaço de falta de Lucas Crispim, mais um trabalho bem feito por Hércules e uma conclusão fria de Robson.

No Inter, uma confusão entre a estratégia de poupar jogadores pensando na Sul-Americana e a necessidade de somar pontos no Brasileirão. Mano Menezes chegou a fazer quatro substituições de vez no intervalo. Mas o time não conseguiu criar chances de perigo. O time colorado se mostrou bipolar, contrastando a ótima atuação diante do Atlético-MG, quando venceu por 3 a 0. Agora, tomou um golpe da mesma proporção.

Ah, e o Fortaleza está a um ponto de sair da zona de rebaixamento.


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