SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Dez coletivos e associações da USP (Universidade de São Paulo) assinaram uma nota de repúdio à falta de ações afirmativas no processo seletivo do curso de pós-graduação em filosofia na universidade.
A carta foi elaborada pela Comissão de Implementação de Ações Afirmativas, criada no ano passado e formada por alunos e professores do curso da pós-graduação da universidade. O curso de filosofia está vinculado à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH).
No documento, eles criticam a "sistêmica resistência" do departamento de filosofia "em relação a mudanças que promovam maior diversidade entre seu corpo discente e de pesquisadores".
O texto afirma que o departamento "vem criando obstáculos e se recusando a até mesmo pautar em suas reuniões a necessidade de incluir ações afirmativas" no edital de seleção do programa.
Entre os signatários do documento estão a Associação de Docentes da USP (Adusp), a Rede Não Cala!, o Diretório Central dos Estudantes da USP e o Centro Acadêmico de Geografia. A partir desta segunda-feira (8), o documento será aberto ao público para colher assinaturas.
O professor Paulo Martins, diretor da FFLCH, e a presidente da comissão de pós-graduação da FFLCH, Cláudia Pino, afirmam, em nota, que a direção é "plenamente a favor das ações afirmativas em todos os níveis acadêmicos".
Entretanto, seguem, "os programas de pós-graduação da FFLCH gozam de plena liberdade para deliberar a respeito de seus regulamentos e formas de ingresso".
Eles afirmam ainda que o departamento "já fez ampla discussão sobre ações afirmativas", explicando as diferentes modalidades de seleção de vagas e bolsas para grupos minoritários. "Os programas vêm discutindo internamente qual é a modalidade que mais convém a seu perfil e implementando pouco a pouco ações afirmativas em seus editais de ingresso e seleção de bolsas", continua a nota.
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