SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Os quatro policiais militares envolvidos na prisão e morte de Henrique Alves Nogueira, 28, foram presos em Goiânia (GO). A corporação informou que agora eles estão à disposição da Justiça para prestarem esclarecimentos do que aconteceu com o homem que foi colocado em uma viatura pelos guardas e apareceu morto no dia seguinte, após a esposa denunciar o sumiço dele.
André Veloso, delegado da Polícia Civil à frente do caso, disse ao UOL que as investigações estão em andamento, mas que novidades devem surgir apenas no inquérito conclusivo. Apesar disso, ele acredita que a prisão deles foi necessária, para "garantir que a investigação corra sem nenhuma intercorrência e nesse sentido acreditamos que é uma medida necessária".
Alan Araújo, advogado da família da vítima e vice-presidente do plantão da comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB-GO (Ordem dos Advogados do Brasil de Goiânia), afirmou que a prisão dos policiais dá "tranquilidade" para a família.
"Dá um pouco de tranquilidade. pois eles estavam com medo de represália desses policiais, que estavam soltos".
Além disso, ele elogiou a atitude da Polícia Militar em prender os envolvidos.
"Não é porque são policiais militares que eles não podem ser presos. Isso demonstra que o Poder Judiciário, a Polícia Civil e a própria corporação estão atentos a essas ilegalidades e dá também a sensação de justiça".
ENTENDA O CASO
Em vídeo registrado pelas câmeras de segurança do local da abordagem, é possível ver a vítima andando na rua sem mochila e sendo abordado pelos policiais instantes depois. Após alguns minutos, Nogueira é colocado dentro da viatura e levado pelos policiais.
No Boletim de Ocorrência, os guardas alegaram que havia dois ocupantes na moto no sentido contrário ao deles e que, ao avistarem a viatura policial, tentaram dar meia-volta para evitarem serem abordados. Na tentativa de fugirem, a moto teria derrapado e o garupa caiu. Após isso, os policiais pediram para eles se renderem e essa ordem foi desobedecida, com o suposto motorista atirando contra eles e sendo alvejado logo em seguida, segundo o relato dos agentes.
No entanto, os vídeos do incidente não mostram moto e mochila, e apontam que o rapaz estava sozinho andando pela rua.
A versão dos PMs apresenta também que, após o rapaz ser alvejado, foram encontrados na mochila três barras e meia de substância similar a maconha, 70 papelotes de substância similar a cocaína, 38 papelotes de substância similar a ecstasy, 46 papelotes de substância similar a crack, 2 pedaços de crack, 3 pedaços de cocaína e um rolo de papel filme.
Henrique Alves Nogueira deixou uma esposa e um filho de 4 anos.
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