RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Agentes da Polícia Civil do Rio de Janeiro e do Corpo de Bombeiros encontraram em um rio dois corpos durante as buscas por quatro jovens levados há 11 dias em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Homens armados e encapuzados pararam o carro de aplicativo onde eles estavam e sequestraram o grupo.
A polícia investiga se eles foram vítimas de milicianos.
Na segunda-feira (22), o corpo de Matheus da Costa Silva, 21, foi o primeiro a ser localizado. Parentes que estiveram no Instituto Médico Legal reconheceram a vítima por meio de uma tatuagem.
Já a vítima localizada nesta terça (23) ainda não foi identificada. Ariel Andrade Bastos, 24, Douglas de Paula Pamplona, 22, e Jonathan Alef Gomes, 28, seguem desaparecidos desde o dia 12 de agosto.
No dia do desaparecimento, os quatro amigos saíram de um condomínio no bairro Valverde, em Nova Iguaçu, e estavam em um carro de aplicativo a caminho de um shopping, quando o veículo foi interceptado por homens armados e encapuzados, que os sequestraram, segundo testemunhas.
"Matheus era uma criança grande, era amigo de todos. Ele era pintor, mas tinha o sonho de ter um estúdio gráfico, gostava de fazer montagens. Infelizmente tiraram tudo isso dele", lamentou a mãe de Matheus, Ana Maria da Costa, após o reconhecimento no IML.
O motorista de aplicativo que transportava o grupo foi localizado pelos investigadores três dias depois do crime. Em depoimento à Polícia Civil, ele afirmou que os jovens foram obrigados a se deitar no chão, tiveram as mãos amarradas e os celulares recolhidos. Os sequestradores obrigaram o motorista a dirigir até o bairro Cabuçu, a cerca de 1 km do local do sequestro, e depois o liberaram.
A principal linha de investigação da Polícia Civil é de que milicianos que atuam na cidade da Baixada Fluminense mataram os jovens e jogaram os corpos em rios. O setor de Descoberta de Paradeiros da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense segue a investigação para localizar as vítimas e apurar as circunstâncias do sequestro.
No último sábado (20), um tiroteio durante uma operação policial em um sítio de Nova Iguaçu terminou com quatro mortos, todos suspeitos de serem milicianos.
Um deles era Delson Lima Neto, o Delsinho, 33, considerado o segundo homem mais importante da milícia local, depois do irmão Danilo Dias Lima, o Tandera, 38, que segue foragido.
Outro morto na operação era Renato Alves de Santana, o Fofo, segurança de Tandera, tratado pela polícia como o terceiro na hierarquia. O sítio era utilizado pelos milicianos como ponto de encontro.
As buscas no rio contam com o apoio de um helicóptero, além de cães farejadores e mergulhadores do Corpo de Bombeiros. A Polícia Civil afirmou que foram ouvidos tiros na região durante as buscas, mas não houve confronto. A área é dominada pela milícia.
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