SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Ministério das Relações Exteriores estima que os custos com a vinda do coração de d. Pedro 1º ao Brasil "serão inferiores aos de uma visita de chefe de Estado estrangeiro" ao país.

A pasta não divulgou o total gasto com o transporte da relíquia. "O Itamaraty não dispõe de consolidação sobre os custos do translado, por envolver diferentes órgãos públicos. Estima-se que serão inferiores aos de uma visita de chefe de Estado estrangeiro ao Brasil ", afirma, em nota.

O Itamaraty diz ainda que os outros serviços ?cerimonial, Forças Armadas e segurança? "são instituições permanentes do Estado brasileiro, de forma que os custos adicionados relacionados ao translado serão reduzidos".

O órgão foi recebido na segunda (22) em cerimônia no Itamaraty e no Palácio do Planalto, em Brasília. Ele foi transportado por uma aeronave VC-99 da FAB (Força Aérea Brasileira).

No voo, estavam presentes o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui de Carvalho de Araújo Moreira, e seu chefe de gabinete, Fernando Vasco Moreira Ribeiro, o comandante da Polícia Militar do Porto, o superintendente Antonio Manuel Leitão da Silva, e um diplomata brasileiro.

O coração está imerso em um vaso de vidro cheio de formol, que o tem conservado desde 1834. A relíquia foi trazida para o país para as comemorações dos 200 anos da Independência e retornará ao solo português em 8 de setembro.

Como mostrou a coluna, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) enviou na segunda um ofício ao presidente Jair Bolsonaro (PL) pedindo informações sobre os custos totais envolvidos na vinda do coração ao Brasil.

O parlamentar pediu que o mandatário dê uma reposta em até cinco dias úteis, "sob pena do ajuizamento de ação cautelar de exibição de tais documentos no âmbito da Justiça Federal" para apurar eventuais excessos na gestão de recursos públicos ou no uso indevido da máquina estatal.

A decisão de Portugal de emprestar o coração de dom Pedro 1º para as celebrações no Brasil foi tomada sob críticas de intelectuais de ambos os países.

A vinda da relíquia também é cercada de receios de que o presidente Bolsonaro use as comemorações do Bicentenário da Independência para reforçar insinuações golpistas.

Há também preocupações envolvendo a conservação do coração. Para evitar problemas, o órgão foi transportado em dispositivo pressurizado e a visitação ficará restrita.

A Câmara Municipal de Porto encomendou uma perícia técnica no coração antes de enviá-lo ao Brasil. Há também um esquema de segurança montado para o retorno do órgão.

O imperador d. Pedro 1º foi responsável por declarar a Independência do Brasil. Seus restos mortais estão sepultados na cripta imperial, no Parque da Independência, em São Paulo, e o coração é preservado na capela-mor da Igreja de Nossa Senhora da Lapa, em Porto.


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