SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Ampliar o orçamento federal para a saúde é um dos principais compromissos da campanha à Presidência de Simone Tebet (MDB).
A afirmação foi feita por João Gabbardo, representante da senadora na área, durante sabatina promovida pelo jornal Folha de S.Paulo nesta quarta-feira (24).
"Nos próximos quatro anos pensamos em passar de 3,8% [de investimento do PIB] para 5%", diz.
Segundo ele, esse crescimento seria destinado a arcar com o aumento de doenças crônicas registrado no país, como hipertensão e diabetes, lidar com o agravamento da saúde mental e com o envelhecimento da população.
Além disso, o dinheiro iria para ampliação do uso de tecnologias na atenção à saúde primária, como as teleconsultas, que conectariam lugares de difícil acesso e facilitariam a comunicação de especialistas como cardiologistas e neurologistas com profissionais de saúde da família.
Ainda sobre orçamento, Gabbardo defende que os recursos extras direcionados à Saúde por causa da pandemia sejam mantidos por ao menos dois anos, para dar conta do represamento de cirurgias e procedimentos eletivos causado pela crise.
De acordo com dados da Fiocruz, o SUS registrou queda de 900 milhões de procedimentos entre janeiro de 2020 e junho de 2021, em comparação com o mesmo período entre os anos de 2018 e 2019, antes da pandemia.
Gabbardo foi secretário-executivo do Ministério da Saúde na gestão de Luiz Henrique Mandetta e secretário de Saúde do Rio Grande do Sul entre 2015 e 2018.
Outro compromisso, diz, é acelerar a digitalização das informações dos pacientes, como internações, vacinas e exames. Segundo ele, isso ajudaria a otimizar o orçamento da saúde e diminuir as filas de espera para procedimentos no SUS.
Na promoção à saúde, a campanha afirma defender a criação de políticas de incentivo a hábitos saudáveis, como exercícios físicos e orientação nutricional, aliados à taxação de bebidas alcoólicas e campanhas para uma alimentação mais saudável.
Para suprir as lacunas entre a formação de profissionais e as necessidades do sistema, Gabbardo sugere a criação de macrorregiões contemplando hospitais de diferentes locais. Segundo ele, o objetivo é evitar que municípios fiquem sem atendimento de determinada especialidade.
Seriam 400 agrupamentos desses pelo país, com cerca de 500 mil pessoas cada um, gerindo hospitais e equipes de profissionais dos municípios e estados. O objetivo é reunir todos os serviços necessários para atender determinada população, sem que haja privilégio de um município com melhor estrutura em detrimento dos vizinhos, afirma.
O médico foi o primeiro convidado de uma série de sabatinas sobre saúde promovida pelo jornal, com patrocínio da Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa). A conversa foi mediada pela repórter especial Cláudia Collucci.
A Folha de S.Paulo promove sabatinas com especialistas que integram as campanhas dos presidenciáveis mais bem colocados nas pesquisas eleitorais. Na quinta-feira (25), às 15h, o médico Denizar Vianna fala pelo candidato Ciro Gomes (PDT). Na sexta-feira (26), o jornal entrevista o senador por Pernambuco Humberto Costa (PT), representante de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A equipe do candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) foi convidada, mas optou por não enviar um representante.
A saúde é o tema que mais preocupa os brasileiros, 20% consideram a gestão da saúde o maior problema do Brasil, de acordo com pesquisa Datafolha de julho de 2022. Economia (13%), desemprego (10%), fome/miséria (10%) e inflação (9%) aparecem em seguida.
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