RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Em quase um mês de coleta de informações, o Censo Demográfico 2022 contou quase 60 milhões de pessoas no país, indicou nesta terça-feira (30) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

As entrevistas da pesquisa começaram em 1º de agosto. Até a manhã desta terça, o total da população recenseada era de 59,6 milhões.

O IBGE planeja visitar em torno de 75 milhões de domicílios até o final de outubro, mas lida neste momento com desistências e críticas de recenseadores.

Profissionais relatam atrasos na liberação de pagamentos e, em razão disso, ameaçam fazer greve a partir desta quinta-feira (1º).

O balanço detalhado mais recente é de segunda-feira (29). Ele indica que, até aquele momento, haviam sido recenseadas quase 58,3 milhões de pessoas em cerca de 20,3 milhões de domicílios no país. Dessas, 36,51% estavam na região Nordeste, 35,51% no Sudeste, 11,87% no Sul, 9,44% no Norte e 6,67% no Centro-Oeste.

O IBGE já reconheceu a demora em parte dos pagamentos para recenseadores. A situação levou o instituto a pedir desculpas aos trabalhadores temporários por meio de dois comunicados nas últimas semanas.

Insatisfeitos, os recenseadores reclamam, por exemplo, da demora para receber pagamentos pelo trabalho em setores censitários onde as entrevistas já teriam sido concluídas.

Parte dos profissionais também já relatou pendências em uma ajuda de custo pela participação em atividades de treinamento ocorridas em julho.

Os salários dos recenseadores são variáveis ?dependem da produção individual. O IBGE lançou uma ferramenta que simula a remuneração, disponível no site do Censo.

Profissionais ainda se queixam da falta de segurança para trabalhar e de ameaças de moradores que se recusam a recebê-los.

O Censo costuma ser realizado de dez em dez anos. É o estudo mais detalhado sobre as características demográficas e socioeconômicas da população brasileira.

As informações apuradas servem como base para políticas públicas e podem influenciar até decisões de investimento de empresas.

A edição mais recente ocorreu em 2010. A nova pesquisa seria em 2020, mas foi adiada com as restrições provocadas pela pandemia de Covid-19.

Em 2021, o Censo foi travado pela segunda vez. O que impediu o trabalho à época foi o corte da verba prevista pelo governo federal.

Para a realização do estudo em 2022, o IBGE conta com um orçamento de cerca de R$ 2,3 bilhões. Inicialmente, as operações da nova edição haviam sido estimadas em mais de R$ 3 bilhões. O valor diminuiu após revisões.


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