SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A principal sala de exposições temporárias do Museu do Ipiranga terá 900 m², tamanho equivalente ao de uma quadra esportiva. Ela fica na área ampliada da instituição ligada à USP, resultado de uma ampla escavação em frente ao prédio antigo, onde está a esplanada.
Essa será a maior das 49 salas expositivas do museu, que recebe convidados na noite do dia 6 (terça), será visitado por famílias dos operários ao longo do dia 7 e reabre ao público em geral, enfim, no dia 8.
Esse espaço na área ampliada, no entanto, só estará aberto aos visitantes no início de novembro. A administração do museu aguarda a estabilização do novo sistema de climatização para levar as obras para o local.
Com duração de quatro meses, a exposição "Memórias da Independência" vai inaugurar esse espaço, que fica no setor oeste do museu, à direita de quem entra neste novo pavimento. A mostra lembrará como o processo de emancipação do Brasil em relação a Portugal tem sido celebrado ao longo dos séculos 19, 20 e 21 em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador.
"Essa sala nova é capaz de prover um espaço que o prédio antigo, o edifício-monumento, não poderia", afirma o arquiteto Eduardo Ferroni, do escritório H+F, responsável pelo projeto de reforma e ampliação do museu.
"A gente desenhou essa sala para que oferecesse uma diversidade de situações espaciais", diz ele. O visitante vai chegar ao espaço de 5,6 m de pé-direito por meio de um patamar elevado, que permite uma visão abrangente da exposição. Após a descida de uma rampa, o público estará à altura das obras expostas.
Outro destaque da ampliação, também na porção oeste, é o anfiteatro com cerca de 200 lugares, que será dedicado a palestras, audições e concertos. O auditório também está habilitado para projeção de filmes.
No setor leste, estão, por exemplo, as salas do departamento educativo, projetadas como "vitrines acústicas", que permitirão ao público observar as aulas do lado de fora.
No ampla área de recepção, chamada por Ferroni de "espaço de acolhimento", estão bilheteria, banheiros, guarda-volumes e bancos para descanso. A previsão da administração do museu é que um café e uma loja comecem a funcionar neste local em janeiro do ano que vem.
No início da tarde desta quarta (31), quando esteve no museu, a reportagem pôde constatar que o edifício-monumento está praticamente pronto, inclusive o Salão Nobre, onde estão "Independência ou Morte", a tela de Pedro Américo, e outras pinturas de valor histórico.
Na área nova, porém, ainda há um trabalho razoável pela frente. Dezenas de operários estavam envolvidos em ajustes de iluminação, testes de ar-condicionado, pinturas nos banheiros, entre outras obras de finalização.
A Secretaria de Estado da Cultura assegura que a instituição estará pronta --com exceção das áreas mencionadas-- para a inauguração para convidados no dia 6. O evento estava previsto para o dia 7, mas o governo estadual decidiu antecipá-lo para evitar que manifestações políticas prejudiquem a reabertura do museu.
O público em geral poderá visitar o museu a partir do dia 8, mas as celebrações pela reabertura começam antes. Estão programadas, por exemplo, projeções na fachada da instituição entre os dias 4 e 11 de setembro.
De acordo com Sérgio Sá Leitão, secretário estadual da Cultura, o orçamento da reforma e da ampliação do museu alcançou R$ 235 milhões. Cerca de dois terços desse valor são oriundos de lei de incentivo federal, a Rouanet, e um terço vem de aportes do governo estadual, da USP e de patrocínio direto das empresas.
Além disso, foram gastos R$ 19 milhões no restauro do jardim francês, obra completamente custeada pela administração estadual.
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