PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) - Um atentado ao carro de uma vereadora do PT terminou com a morte de um produtor rural bolsonarista em Salto do Jacuí, na região central do Rio Grande do Sul, a cerca de 290 quilômetros de Porto Alegre. Luiz Carlos Ottoni, 46, morreu ao se acidentar fugindo do local.
Conforme a vereadora Cleres Relevante (PT), 49, o atentado ocorreu por volta das 15h30 desta terça-feira (13) na avenida central do município, a Pio 12, quando ela se deslocava para casa acompanhada de uma assessora em um veículo Corolla adesivado com os rostos de cinco candidatos do PT no vidro traseiro. Entre eles estava a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Carro de vereadora do PT de Salto do Jacuí (RS) foi atingido por caminhonete de produtor rural, que morreu ao se acidentar na fuga.
Cleres disse ter percebido pelo retrovisor que era perseguida por uma camionete Hilux que fazia movimentos de acelerar e brecar. Em determinado momento, ainda segundo ela, a camionete acelerou, atingiu com força a traseira do seu carro e, em seguida, fugiu. A vereadora acionou a Brigada Militar, que mandou a única viatura do município de 12,5 mil habitantes ao local.
Em meio ao atendimento da ocorrência, a Brigada Militar foi comunicada por telefone que a camionete de Ottoni se acidentou. O motorista perdeu o controle do veículo e capotou após cruzar a ponte da avenida Barragem Engenheiro José Maia Filho, sobre o Rio Jacuí, distante cerca de três quilômetros dali.
O resgate foi acionado, mas Ottoni foi ejetado do veículo e morreu na hora, segundo a polícia.
Cleres e a assessora prestavam depoimento na tarde desta quarta (14) na delegacia da Polícia Civil de Salto do Jacuí, que investiga o caso. Conforme a vereadora, Ottoni já a havia insultado em redes sociais e em eventos públicos anteriormente. Ela compartilhou a foto do veículo com a traseira amassada em seu perfil numa rede social.
A publicação pública mais recente de Ottoni na mesma rede social exibe uma imagem da página SomostodosBolsonaro, de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL), em que uma abelha sobre o número 22 conversa com uma mosca sobre o número 13.
O texto diz: "Por mais que a abelha tente explicar para a mosca que a flor é melhor do que o lixo, a mosca jamais entenderá. Cada um vive a verdade que acredita."
O incidente no interior do Rio Grande do Sul se soma a outros de violência política com morte nas eleições presidenciais de 2022. Em 9 de julho, um policial penal bolsonarista invadiu a festa de aniversário e matou a tiros o militante petista Marcelo Aloizio de Arruda, 50, em Foz do Iguaçu (PR). Arruda revidou baleando o agressor, que foi hospitalizado e preso preventivamente.
Na última quinta-feira (8), em Confresa (MT), um homem matou a facadas o colega de trabalho Benedito Cardoso dos Santos, 44, depois de uma discussão política em que Santos defendia Lula. O agressor foi preso preventivamente.
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