RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) - A Justiça do Rio de Janeiro decretou na tarde desta sexta-feira (16) a prisão preventiva de Victor Arthur Pinho Possobom, 32, acusado de torturar o enteado de 4 anos. As agressões foram flagradas por câmeras de segurança de um condomínio em Niterói, na Região Metropolitana do estado.

Dois vídeos mostram o padrasto agredindo o menino. O primeiro registro foi feito na recepção do condomínio, onde Victor dá dois socos e sufoca a criança, e o segundo no elevador, onde novamente o agressor prende a respiração do enteado. As imagens são de fevereiro deste ano, porem só foram divulgadas na quinta-feira (15).

Segundo a juíza Juliana Bessa Ferraz Krykhtine, da 1ª Vara Criminal de Niterói, "há indícios suficientes de autoria e materialidade para a deflagração da ação penal e que se trata de delito grave. As imagens contidas na mídia acautelada em cartório não deixam dúvidas".

A magistrada destacou ainda a impossibilidade de defesa da criança. "Há nítida superioridade física do réu face à vítima, o que por si só já demonstra a crueldade da conduta e a condição de indefesso da mesma".

MÃE COMEMORA DECISÃO

À reportagem, a mãe do menino e que também sofreu agressões de Victor, comemora a decisão.

"O avô dele é juiz aposentado e continua advogando aqui em Niterói e tem bastante influência. Ele dizia que por ele ter dinheiro nada aconteceria, que ele sairia ileso e que por eu ser pobre e sem ter a ajuda de ninguém, ele sairia impune. Mas a justiça começou a ser feita".

A jovem conta ainda que ficava apreensiva toda vez que precisava ir para a rua, com medo de encontrar o ex-namorado.

"Eu ando e fico olhando para os lados com medo dele aparecer do nada e fazer algo comigo. Com esse mandado eu começo a me sentir mais segura. Ele precisa ser preso, o que ele fez com meu filho e comigo, é cruel".

Contra Victor Possobom há também um mandado de prisão através da Delegacia de Atendimento à Mulher de Niterói por conta das agressões relatadas pela mãe do garoto agredido. Em um dos episódios, ela conta que foi estuprada, engravidou, e devido aos constantes socos e chutes, sofreu um aborto.

A Polícia Civil já enviou o pedido para a Justiça e agora aguarda o judiciário expedir o mandado.

DEFESA ALEGA 'TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS'

À reportagem, o advogado Daniel Aguiar, que representa Victor Possobom, disse que o cliente "sofre de transtornos psiquiátricos, e vem sendo submetido a tratamento nesse sentido. Ele tem transtorno comportamental com alternância de momentos de euforia e comportamentos impulsivos. Ele faz uso de medicamentos de controle especial".

A defesa disse ainda que Jéssica Jordão "não sofreu agressão por parte do Victor Arthur".


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